04/04/2020

Efésios 4:29 - Compaixão, empatia e simpatia.






O cristianismo ultimamente, não tem despertado a compaixão,  empatia e simpatia de seus membros. Essas ações emocionais agem como um catalisador que induz a ajudar os demais irmãos que estão sofrendo devido à sua pouca fé em Cristo. 

Desde sempre temos vividos pandemias, doenças, fomes, e suportamos os desrespeitosos efeitos retóricos fundamentados numa teologia de indução a benefícios terrenos... Também vemos poucos verdadeiramente imbuídos de um sentimento altruísta que os mantém à fidelidade de ser de Deus, como também não os vemos criar apoio comunitário efetivo para ajudar, saciar e manter a fidelidade do outro a Deus diante das dores e perseguições.

Realmente, falta-nos a capacidade de entender o outro. Enquadrá-lo a realidade deste mundo e utilizar como referência a nossa experiência em Cristo a boa capacidade empática que   entendida como. 

Obviamente, sabemos das dificuldades de comunicação nas relações interpessoais de muitos crentes, mas isso não pode servir como tradutor dos muitos buracos que a falta de empatia tem nos colocado. Precisamos, portanto, mudar e nos pôr no lugar do outro tal qual Jesus Cristo fez. E não querer impor à nossa maneira as rédeas da empática igualdade, fraternidade e liberdade na vida alheia.

Quando colocamos os próprios sentimentos no outro, acabamos por incorrer numa confusão entre o nosso eu e o do outro. A exemplo disso, temos o caso daqueles que ficam   aflitos ao perceber o sofrimento de um mendigo que está com frio, ou daqueles que lhe prepara um banquete como se isso tivesse significado para ele. em ambos os casos,  seria necessário perceber qual a perspectiva a sua frente, se trata de um faminto ou de um sem teto.

É neste tipo de situação em que transportamos para o outro a nossa realidade. Se não atentarmos, dificultaremos a possibilidade de conhecer e entender o outro tal como ele é, na sua indigência e dificuldade.

Parece que na prática, querer demonstrar simpatia por alguém; ser gentil e amável; amistoso, agradável e educado, não implica necessariamente que também sejamos empáticos. 

Perceba que em alguns episódios da nossa vida, a simpatia pode esconder uma empatia insignificante, principalmente nos casos em que a usamos com o intuito de se obter algum tipo de aprovação e valorização narcísica  para agradar e estimular nos outros os seus sentimentos positivos.

No livro A Arte da Felicidade O Dalai Lama disse:

Se você quer que os outros sejam felizes, pratique a compaixão. Se você quer ser feliz, pratique compaixão.

E você tem empatia pelo mendigo na esquina? Você faz visitas as pessoas próximas que sofrem por desemprego, doença ou morte?
Tu tens praticado a compaixão, Empatia, simpatia com elas?

Embora essas palavras sejam próximas, não são sinônimas.

Compaixão é a vontade de dividir o sofrimento com outro. Empatia significa que você sente o que uma pessoa está sentindo. Simpatia significa que você pode entender o que a pessoa está sentindo. 

Apesar de muito utilizados, essas ações continuam a ser objeto de confusão e nem sempre são empregadas da forma mais adequada no meio cristão. Porque no cristianismo, nem todos correlacionam o amor ao próximo e o amor a Deus ao sacrifício redentor de Cristo. Mas podemos mudar isso agora! Vamos no passo-a- passo.

Inicialmente, como crentes, devemos nos importar em poder devolver ao próximo, um sentido no que nele está sendo manifestado, de uma forma mais clara, nítida e ajustada o poder de Deus.

Antes disso é importante,  captar as devidas informação dele. A nós, importa-nos fazer o movimento de retorna-lo à sua posição de confiança em Deus e a partir do ângulo adequado, podemos ajuda-lo a diminuir ou conduzir as suas dores emocionais.

Já na psicoterapia eu digo que tanto a compaixão, quanto a empatia e a simpatia são fundamentais para entrarmos em sintonia com o sofrimento do paciente. Só assim poderemos entender que esses movimentos emocionais de afinidade, usada com determinação as levará a estabelecer uma harmonia no encontro intra/Interpessoal.

Dia a dia simpatizamos com pessoas nas quais externamente reconhecemos alguma compatibilidade e complementariedade com o nosso funcionamento. Daí, passamos a partilhar tais afinidades, interesses e valores.

Por outro lado, ainda nos falta a capacidade de nos posicionarmos no lugar do outro para compreendermos a sua realidade interna, independentemente da pessoa em questão, de estarmos ou não de acordo com o pensamento dela ou de simpatizarmos ou não com seus atos.

Lembrando que colocar-se no lugar de outra pessoa não significa tomar o lugar delas. E estar ao serviço da comunhão emocional, da aceitação e do respeito pelo outro   pela sua realidade, não implica em concordar com suas atitudes erradas.

A propósito, a compaixão, empatia e simpatia genuína é que nos posiciona no lugar do outro; faz-nos sentir as suas emoções e acedemos à compreensão do seu funcionamento.  

Estes movimentos emocionais em nós implicam um olhar com isenção, isto é, nós evangélicos nesse caso,   procuramos aceitar a pessoa e abster-se de julgá-la ou seja, nos despojamos dos próprios valores e preconceitos carnais, reconhecendo e aceitando que há diferentes maneiras de agir e pensar....

Em conclusão, de certo modo, é a compaixão que nos leva a empatia e a simpatia, a um passo adiante. Na sua essência, compadecer significa "sofrer com..." – e ser compassivo, é sentir -empaticamente - a dor de outro ou reconhecer – simpaticamente - que a pessoa está com dor e, em seguida, fazer o seu melhor para aliviar o sofrimento do outro.

Na pratica da compaixão, como crentes ganhamos um novo ponto de vista acerca da Consciência do sofrimento; temos uma nova perspectiva de como aliviar o sofrimento de alguém; aprendemos a separar  racionalmente os sofrimentos do outro; adquirir a capacidade de atender e responder prontamente o pedido de ajuda do próximo, falando e ouvindo-o.

Não saia da sua boca nenhuma conversa corrupta, mas apenas o que é bom para edificar, conforme a ocasião, para que possa dar graça a quem ouve Efésios 4:29 

Infelizmente, a escuta compassiva tornou-se cada vez mais rara, pois a tecnologia unitária e a vida ocupada podem desviar sua atenção. O simples ato de ouvir com sua presença total pode ser um dos atos mais compassivos que você pode oferecer a alguém. 

Peço que pensem em como, muitas vezes, o menor ato de compaixão, empatia e simpatia pode ter o maior impacto nas pessoas ao redor... Não as tire de mim!

 Não deixe que as tirem de dentro de você! 



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tom caet