03/04/2020

Tiago 1:19 - NÃO FIQUE MAIS COM RAIVA: SÓ OLHE, PENSE E SE AFASTE!




Moralmente a raiva é neutra. Ela é apenas um sentimento que determina sua conduta ante a uma situação ou determinado problema. E, devemos ser honestos conosco e com os outros sobre isso. E você tem ficado com raiva sem um bom motivo? 

Se sim, fique tranquilo! Geralmente tendemos a censurar o sentimento em nós mesmos e nos outros.  Mas na vida (não esquecendo do tempo e da experiência), aprender é necessário!

Eu por exemplo, quando dava aulas, convivia com professores que, em sua maioria, eram “ideologistas” doentes. Com o tempo fui tomando nojo daquele ambiente escolar e, covardemente, desistia de estar com eles. Assim também foi com certas denominações religiosas, seus líderes e membros. Ainda hoje, sinto-me triste e pessimista com relação à educação e a religião de um modo geral. Entretanto, reconheço que o meu erro sempre foi dar indevida importância a certas situações sem importância.

Felizmente, há fatos que me causam raivas constantemente e por isso busco a aprender a lidar com elas. Além disso todos temos que aprender a conseguir controlar a raiva repentina por problemas pequenos e certamente, devemos aprender a tomar uma certa distância emocional dessas coisas e de certas pessoas.

Mas para ter força para lidar com tudo isso, ainda é preciso que a gente aprenda a questionar o que apresentamos diante delas. E o quanto devemos pensar antes de falar, agir e ou tomar qualquer decisão com elas.

Não quero dizer que a distância emocional seja a única regra psicológica implícita que nos permitirá ver e sentir as coisas de uma outra maneira. O que eu quero dizer é que podemos buscar na espiritualidade  a paz interior para ao tempo oportuno expressar as mesmas emoções, sem raiva e sem perda de equilíbrio, para assim,  podermos então, entender melhor nossos sentimentos e compreender com mais clareza o que pensamos e como queremos realmente agir com o próximo.

Em regra, muitos de nós cristãos, ficamos muito desconfortáveis ​​com o assunto da raiva.  Não me interpretem mal, mas é normal que todos se sintam bravos às vezes.  Aliás, apesar da raiva ser tratada no cristianismo como algo para nos afastar, raramente a controlamos. Porque simplesmente, não somos “controláveis”, bons em entender, pensar ou falar sobre o que sentimos Além do mais, as vezes a raiva é necessária e apropriada ou aceitável para aplicarmos o autocontrole tal qual fez Jesus....

Sobre a ira de Jesus, sem hesitação digo que ele quando limpou o templo dos mercadores, virou mesas e expulsou os animais que foram trazidos para venda, não teve um “ataque” de raiva.  

A atitude de quebrar o templo parece que não ajudou muito, porque a cultura do mercado cristão ainda hoje é praticada e sua repressão da raiva para muitos, é como uma mera dramatização. São cristãos desonestos consigo mesmos e com os outros. Para esses religiosos a raiva de Jesus é rejeitada. Alguns até ignoram porque perdem dinheiro! Neste ponto, a quem pregue duvidosamente a raiva dele. 

Certamente Ele estava zangado. Na verdade, não foi uma raiva impulsiva e não foi causada por um ataque emocional, mas intencional, proposital e calculada.  Jesus estava cumprindo a profecia do Salmo 69: 9, que dizia: "O zelo pela casa de Meu Pai me consumirá". Zelo não é o mesmo que raiva. 

Jesus estava com raiva, mas estava controlado. Tanto é que os fariseus o questionaram sobre sua autoridade pelo que Ele estava fazendo, mas não chamaram os guardas do templo. E Isso contrasta bastante com a nossa raiva que na maioria das vezes nos cega e prejudica nosso julgamento. Assim... não é certo projetarmos nossos próprios sentimentos e justificarmos nossa raiva injustamente nessa passagem de Jesus. Creio que pelo fato de Jesus ter limpado o templo com raiva, certamente isso não nos garante fazer o mesmo em determinadas situações....

Racionalizemos o seguinte:  você crê que na limpeza do templo Jesus estava fora de controle e talvez estivesse desiquilibrado, gritando?

Primeiramente, seja honesto consigo mesmo. Aprenda a identificar seus próprios sinais de raiva: peito apertado, rosto corado, pensamentos de vingança, exposições imaginadas de outras pessoas e ser facilmente provocado. Mantenha sua raiva sob a luz (Jesus), onde não fará mal algum. Efésios 4 fala diretamente sobre isso.  Não finja não ficar com raiva quando na verdade você está. 

Em segundo lugar, a raiva não realiza a justiça de Deus. Tiago 1:19 e 20 nos aconselha a sermos lentos para a raiva, rápidos em ouvir e demorados para falar. A Bíblia nunca advoga o uso da raiva como motivação.   Uma pessoa madura (crente ou não) não confiará na raiva para realizar as coisas, assumir responsabilidades ou ações, ou resolver desacordos. 

Em terceiro lugar, na caminhada cristã encontraremos pessoas raivosas, cínicas, sarcásticas, impacientes e muitas vezes rudes. Em Gálatas 5, "explosões de raiva" é um sinal de um estilo de vida pecaminoso ou de uma estação pecaminosa da vida, e isso não é coisa de cristão! A propósito, quando vivemos vidas piedosas e espirituais, somos autocontrolados.   

Em suma, cotidianamente, habituamos com subculturas e com aqueles que não vivem da maneira que pensamos que deveriam.  Ficamos frustrados quando as denominações não são dirigidas da maneira que achamos que deveria ser.   Ficamos abatidos quando as coisas ao nosso redor são mudadas sem nossa bênção ou consulta.   Ficamos irados quando os políticos aprovam leis que não apoiam nossa moral cristã.  Ficamos incomodados quando as músicas são cantadas na igreja não é do nosso gosto...  

Na literatura de psicopatologia a raiva não é bem definida. Ela tem um diagnóstico muito obscuro. Mas como terapeuta, acho que sentir raiva é normal e inevitável, tal qual o medo que nos força ao controle ou gestão e não sua redução em si. Por outro lado, como cristão, o descontrole emocional é o que mais causa problemas comportamentais nos crentes. Pois se o objetivo da vida cristã é reduzir nossa raiva, não podemos ser pessoas zangadas, mas humildes.   Humildade é um estado de espírito; o contrapeso de estar com raiva fácil ou crônica TEI - Transtorno Explosivo Intermitente, que francamente tá mais pra distúrbio mental, do que desordem de caráter ou raiva egoísta que nos coloca em harmonia com os problemas. 

Pela psicoterapia, apenas controlamos a raiva contando até dez, respirando fundo, mas isso não significa que vai diminuir a raiva pessoal.  Quando não admitimos que estamos zangados com algumas coisas, mas estamos, em geral, esse tipo de raiva causa muitos conflitos desnecessários e é francamente uma expressão de nosso egocentrismo. 

E pela fé, nos livramos da raiva, não pela negação, repressão ou minimização dela, mas pela submissão a Jesus. Com Jesus, devemos ser menos egocêntricos e mais parecidos com Ele.  

Temos que pôr a raiva aos pés dele, dizendo: “Não tenho realmente direito a isso. Isso não está me ajudando; não está cumprindo sua justiça. Portanto, quando um governo ou denominação, propor algo que não defende estilos de vida dos cristãos, não fique com raiva.  Apenas, ore: “Perdoe-os, Senhor, eles não sabem o que estão fazendo! Escolha "amar seus inimigos" e não os odiar raivosamente.




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tom caet