Moralmente a raiva é neutra. Ela
é apenas um sentimento que determina sua conduta ante a uma situação ou
determinado problema. E, devemos ser honestos conosco e com os
outros sobre isso. E você tem ficado com raiva sem um bom motivo?
Se sim, fique tranquilo! Geralmente
tendemos a censurar o sentimento em nós mesmos e nos outros. Mas na vida (não
esquecendo do tempo e da experiência), aprender é necessário!
Eu por exemplo, quando dava
aulas, convivia com professores que, em sua maioria, eram “ideologistas” doentes.
Com o tempo fui tomando nojo daquele ambiente escolar e, covardemente, desistia
de estar com eles. Assim também foi com certas denominações religiosas, seus líderes
e membros. Ainda hoje, sinto-me triste e pessimista com relação à educação e a religião
de um modo geral. Entretanto, reconheço que o meu erro sempre foi dar indevida importância
a certas situações sem importância.
Felizmente, há fatos que me
causam raivas constantemente e por isso busco a aprender a lidar com elas. Além
disso todos temos que aprender a conseguir controlar a raiva repentina por
problemas pequenos e certamente, devemos aprender a tomar uma certa distância
emocional dessas coisas e de certas pessoas.
Mas para ter força para lidar com
tudo isso, ainda é preciso que a gente aprenda a questionar o que apresentamos diante
delas. E o quanto devemos pensar antes de falar, agir e ou tomar qualquer
decisão com elas.
Não quero dizer que a distância
emocional seja a única regra psicológica implícita que nos permitirá ver e
sentir as coisas de uma outra maneira. O que eu quero dizer é que podemos buscar
na espiritualidade a paz interior para ao
tempo oportuno expressar as mesmas emoções, sem raiva e sem perda de equilíbrio,
para assim, podermos então, entender
melhor nossos sentimentos e compreender com mais clareza o que pensamos e como
queremos realmente agir com o próximo.
Em regra, muitos de nós cristãos,
ficamos muito desconfortáveis com o assunto da raiva. Não me
interpretem mal, mas é normal que todos se sintam bravos às vezes. Aliás,
apesar da raiva ser tratada no cristianismo como algo para nos afastar,
raramente a controlamos. Porque simplesmente, não somos “controláveis”, bons em
entender, pensar ou falar sobre o que sentimos Além do mais, as vezes a raiva é
necessária e apropriada ou aceitável para aplicarmos o autocontrole tal
qual fez Jesus....
Sobre a ira de Jesus, sem hesitação
digo que ele quando limpou o templo dos mercadores, virou mesas e expulsou os
animais que foram trazidos para venda, não teve um “ataque” de raiva.
A atitude de quebrar o templo
parece que não ajudou muito, porque a cultura do mercado cristão ainda hoje é
praticada e sua repressão da raiva para muitos, é como uma mera dramatização. São
cristãos desonestos consigo mesmos e com os outros. Para esses religiosos a raiva
de Jesus é rejeitada. Alguns até ignoram porque perdem dinheiro! Neste ponto, a
quem pregue duvidosamente a raiva dele.
Certamente Ele estava zangado. Na
verdade, não foi uma raiva impulsiva e não foi causada por um ataque emocional,
mas intencional, proposital e calculada. Jesus estava cumprindo
a profecia do Salmo 69: 9, que dizia: "O zelo pela casa de Meu Pai me
consumirá". Zelo não é o mesmo que raiva.
Jesus estava com
raiva, mas estava controlado. Tanto é que os fariseus o questionaram sobre
sua autoridade pelo que Ele estava fazendo, mas não chamaram os guardas do
templo. E Isso contrasta bastante com a nossa raiva que na maioria das
vezes nos cega e prejudica nosso julgamento. Assim... não é certo projetarmos nossos
próprios sentimentos e justificarmos nossa raiva injustamente nessa passagem de
Jesus. Creio que pelo fato de Jesus ter limpado o templo com raiva, certamente isso
não nos garante fazer o mesmo em determinadas situações....
Racionalizemos o seguinte: você crê que na limpeza do templo Jesus estava
fora de controle e talvez estivesse desiquilibrado, gritando?
Primeiramente, seja honesto
consigo mesmo. Aprenda a identificar seus próprios sinais de raiva: peito
apertado, rosto corado, pensamentos de vingança, exposições imaginadas de
outras pessoas e ser facilmente provocado. Mantenha sua raiva sob a luz (Jesus),
onde não fará mal algum. Efésios 4 fala diretamente sobre isso. Não finja
não ficar com raiva quando na verdade você está.
Em segundo lugar, a raiva não
realiza a justiça de Deus. Tiago 1:19 e 20 nos aconselha a sermos lentos para a
raiva, rápidos em ouvir e demorados para falar. A Bíblia nunca advoga
o uso da raiva como motivação. Uma pessoa madura (crente ou não)
não confiará na raiva para realizar as coisas, assumir responsabilidades ou
ações, ou resolver desacordos.
Em terceiro lugar, na caminhada
cristã encontraremos pessoas raivosas, cínicas, sarcásticas, impacientes e
muitas vezes rudes. Em Gálatas 5, "explosões de raiva" é um
sinal de um estilo de vida pecaminoso ou de uma estação pecaminosa da vida, e isso
não é coisa de cristão! A propósito, quando vivemos vidas piedosas e
espirituais, somos autocontrolados.
Em suma, cotidianamente, habituamos
com subculturas e com aqueles que não vivem da maneira que pensamos que
deveriam. Ficamos frustrados quando as denominações não são dirigidas
da maneira que achamos que deveria ser. Ficamos abatidos
quando as coisas ao nosso redor são mudadas sem nossa bênção ou
consulta. Ficamos irados quando os políticos aprovam leis que
não apoiam nossa moral cristã. Ficamos incomodados quando as músicas
são cantadas na igreja não é do nosso gosto...
Na literatura de psicopatologia a
raiva não é bem definida. Ela tem um diagnóstico muito obscuro. Mas como terapeuta,
acho que sentir raiva é normal e inevitável, tal qual o medo que nos força ao controle ou gestão
e não sua redução em si. Por outro lado, como cristão, o descontrole
emocional é o que mais causa problemas comportamentais nos crentes. Pois se o
objetivo da vida cristã é reduzir nossa raiva, não podemos ser pessoas
zangadas, mas humildes. Humildade é um estado de espírito; o
contrapeso de estar com raiva fácil ou crônica TEI - Transtorno Explosivo
Intermitente, que francamente tá mais pra distúrbio mental, do que desordem de caráter
ou raiva egoísta que nos coloca em harmonia com os problemas.
Pela psicoterapia, apenas controlamos
a raiva contando até dez, respirando fundo, mas isso não significa que vai
diminuir a raiva pessoal. Quando não admitimos que estamos zangados com algumas
coisas, mas estamos, em geral, esse tipo de raiva causa muitos conflitos
desnecessários e é francamente uma expressão de nosso egocentrismo.
E pela fé, nos livramos da raiva,
não pela negação, repressão ou minimização dela, mas pela submissão a
Jesus. Com Jesus, devemos ser menos egocêntricos e mais parecidos com Ele.
Temos que pôr a raiva aos pés
dele, dizendo: “Não tenho realmente direito a isso. Isso não está me
ajudando; não está cumprindo sua justiça. Portanto,
quando um governo ou denominação, propor algo que não defende estilos de vida dos
cristãos, não fique com raiva. Apenas, ore: “Perdoe-os, Senhor, eles não
sabem o que estão fazendo! Escolha "amar seus inimigos" e não os
odiar raivosamente.

