No interior do Sertão nordestino brasileiro, numa cidadezinha onde todos
se conhecem, morava uma senhora conhecida como a dona fofoca. Ela era quem
sabia da vida de todos. Esta situação já a estava incomodando a sua própria
consciência. Ela desejava parar com este comportamento maledicente. Então
resolveu procurar o velhinho religioso da cidade para se aconselhar.
Como o ancião já a conhecia, e ouvia suas confissões, porém ela sempre contava
o mesmo assunto. Inclusive, seus conselhos com ela poucos surtiam efeitos.
Então, pensou num castigo alternativo, lúdico. O pastor olhou para ela e disse:
Hoje vou mandar fazer uma algo diferente. Você vai sair daqui, comprar
uma galinha e despenar pelas ruas... Quando ela estiver sem
nenhuma pena volte aqui. Pois, preciso passar outra orientação.
A senhora fofoqueira fez tudo como ele mandou. Horas depois, ela volta com
a galinha totalmente sem penas. O pastor olhou para ela e disse:
Minha filha agora refaça todo o caminho e recolha todas as penas desta
pobre galinha e somente volte aqui quando recolher todas! Então ela falou:
Mas pastor isso é impossível de fazer, pois o vento já deve ter espalhado
todas as penas pela cidade, não tem como mais ajuntá-las! É impossível!
O velho pastor olhou para ela bem firme e disse:
Assim são as fofocas que você faz, se espalham por aí, e se torna
impossível contê-las.
De certo modo, a nossa vida parece uma empresa de um só departamento, de um só ambiente que sofre com a fofoca e a inveja que as pessoas sentem entre si. Pessoas essas que quando frustram seus desejos, ficam cheios de rancor, infelizes com o próprio insucesso, o que desperta em si esse hábito doentio em ofender o próximo.
São os invejosos, os fofoqueiros,
pessoas de mal caráter. Que possuem complexo de inferioridade, comumente frustrados,
infelizes com a vida.
O fofoqueiro personifica o mal. Ele
assume uma missão negativa ao falar da vida alheia. Ele é o responsável para
gerar contendas, intrigas, brigas. O invejoso projeta toda sua infelicidade frustrada
nas outras pessoas. Se alegra quando faz outros sofrerem ou é feliz com a
infelicidade das outras pessoas. Para ambos, tais depreciações têm o intuito de
provocar menos admiração de uns e mais admiração dos outros. E é comum vê-los
aparecer como vítimas das situações. Infelizmente a base da sociedade competitiva
é desejar e julgar uns aos outros..., mas é na inveja e na fofoca que a maioria
se sustenta.
Tanto a pessoa que faz fofoca quanto
a invejosa, inclusive quem gosta de protege-las também, é tão desumana que precisa
ser encaminhada para tratamento psicológico e nenhuma delas estão a serviço de
Deus. Também não há normalidade em
aceitar esses hábitos tão comuns que se manifestam de forma dissimulada dentro das
igrejas, empresas, escolas, enfim, diversas áreas da sociedade.
O ser humano tem uma visão da
realidade manipuladora, desconfiada e molestada. E já que ninguém é perfeito, que ao menos cuide
da sua vida e deixe a dos outros em paz. Ou se puder olhe
para si e procure notar seus erros e defeitos, corrigi-los e se possível abandone-os
e viva uma vida regrada na verdade divina...