28/03/2018

Em todo o tempo,



A religião é uma parte fundamental da nossa cultura e da maneira como gerações diferentes se relacionam. Fora isso que não é pouco, se um religioso é, numa definição filosófica, quem procura uma maneira de comunicar com o divino, não me parece ter nada a ver comigo, pois prefiro que Ele se comunique….

Profissionalmente, sempre contei com gente do mais alto gabarito intelectual para adquirir determinado conhecimento.  Desde cedo, isolava-me nos estudos, não queria saber de família ou amigos, e não amadurecia na sociabilidade... além de conhecimento, também adquiri ansiedade, depressão e não desenvolvi a fé. Tornei-me agnóstico em relação a igreja, mas a minha vida começou a melhorar mediante algumas mudanças de estilo de vida que fiz. Só que antes de eu expor meu pensamento, quero fazer um disclaimer: Não vou desenvolver este assunto numa tentativa de diabolizar o que quer que seja. Não! isso é apenas a minha experiência pessoal.

Antigamente, sempre ouvia dos cristãos mais antigos, que contavam suas experiencias de fé, que ser cristão, é aceitar com tolerância e serenidade aquilo que não se concorda. Mas hoje só consigo pensar no quanto o ódio recalcado está acumulado nos atuais crentes “convencidos” …, que em vez de lutarem pelo evangelho, içarem uma bandeira com uma mensagem positiva, escolheram um caminho tão deslocado, despropositado, tão negativo quanto humilhante para quem os vê (comportamento).

Lembrei dos muitos pregadores de rua, que eram simples e não estudados teologicamente, que não se sentiam ofendidos com as notícias divulgadas e nem se importavam com os ataques e revanchismo denominacional. inclusive a maioria tinha na sua plateia diária transeuntes advogados, juízes de direito, engenheiros, médicos, professores entre outros abastados intelectuais e incultos, mas a questão não é essa, pois para mim o grau de opinião intelectual ou espiritual é coisa secundária quando se trata de evangelho, pois os assuntos que giram dentro de suas pregações eram sempre em torno de outra coisa: salvação…

Com o tempo, após uma introspecção, tentei perceber qual era o meu chamado. Daí percebi que queria dedicar a minha vida a ajudar outras pessoas com problemas semelhantes aos que tive. Ainda levei alguns anos até recuperar o que perdi na adolescência, especialmente em relação à maturidade, mas finalmente cheguei ao meu destino. Agora estou a começar um novo capítulo na minha vida cristã!

 Como podem ver, nunca fui desinformado, sem cultura, desatualizado, alienado ou atrasado, nem massa de manobra, de português ruim e pouco aprendizado para entender isso. Também nunca precisei mostrar ao mundo que evoluí como servo de Deus, e não é porque cheguei aos bancos das faculdades que posso discutir de igual para igual em qualquer debate teológico… isso não é certo!  E apesar de vivermos uma época tecnológica em que a todo custo se busca a tal chamada ministerial, alguns cristãos insistem em mostrar que sua teologia, igreja ou instituição tem um “algo mais” a oferecer...  Entretanto, para entender isso, na minha fé, houve uma época que contei com pessoas pouco estudadas, semianalfabetas, incultas como Pedro, Tiago e João... Entre eles não me sentia espiritualmente inferiorizado, pelo contrário, foi com elas que pude descobrir que estava trilhando um lugar numa fileira de mentes brilhantes, desde o articulado Lucas ao preparadíssimo Paulo, ex-Saulo de Tarso. Também é verdade que entre todos, havia quem silenciasse a sabedoria humana. Mas com tudo isso, passei a buscar uma capacidade de enveredar pelos caminhos de modo que agradasse ao público e a Deus sem me ensoberbecer. Sem enfeitar o pavão, sem preocupar-se com a relevância, sem vender a alma… enfim, agir com condições de embalar o Evangelho na sabedoria humana e na persuasão de linguagem espiritual (1 Coríntios 2:4).

Pessoalmente concordo com os princípios bíblicos, mas não acho que ter uma religião faz tão bem. Acho positivo e calmante orar, e acho que se a população não roubasse, não matasse, etc., estaríamos todos bem melhor.
Espero que todos os que regozijam com a dor do semelhante e destilam suas ofensivas opiniões nas redes sociais, que ao menos consigam libertar o ódio dos seus corações, e encontrem a paz de espírito. Logico, que talvez não seja convidado como Paulo para discursar no Areópago ateniense - isso não era para qualquer um, ou ser usado para dar espetáculo que lhe renda fama.  Mas que ao menos venha operar milagres, e principalmente venha se preocupar em não ser visto como alguém “igual aos outros”, mas diferente, que é o que desejo a todos. Eu sou cristão. Provavelmente sou o cristão mais conservador que anda neste plano.

Porque Deus me deu fé. Pela graça de Deus fui salvo da condenação eterna, por meio do sacrifício de Jesus, filho de Deus, que pagou na cruz o castigo pelos meus pecados.



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tom caet