A religião é uma parte
fundamental da nossa cultura e da maneira como gerações diferentes se
relacionam. Fora isso que não é pouco, se um religioso é, numa definição
filosófica, quem procura uma maneira de comunicar com o divino, não me parece
ter nada a ver comigo, pois prefiro que Ele se comunique….
Profissionalmente, sempre contei
com gente do mais alto gabarito intelectual para adquirir determinado conhecimento.
Desde cedo, isolava-me nos estudos, não
queria saber de família ou amigos, e não amadurecia na sociabilidade... além de
conhecimento, também adquiri ansiedade, depressão e não desenvolvi a fé. Tornei-me
agnóstico em relação a igreja, mas a minha vida começou a melhorar mediante
algumas mudanças de estilo de vida que fiz. Só que antes de eu expor meu
pensamento, quero fazer um disclaimer: Não vou desenvolver este assunto numa
tentativa de diabolizar o que quer que seja. Não! isso é apenas a minha
experiência pessoal.
Antigamente, sempre ouvia dos cristãos
mais antigos, que contavam suas experiencias de fé, que ser cristão, é aceitar
com tolerância e serenidade aquilo que não se concorda. Mas hoje só consigo pensar
no quanto o ódio recalcado está acumulado nos atuais crentes “convencidos” …, que
em vez de lutarem pelo evangelho, içarem uma bandeira com uma mensagem
positiva, escolheram um caminho tão deslocado, despropositado, tão
negativo quanto humilhante para quem os vê (comportamento).
Lembrei dos muitos pregadores de
rua, que eram simples e não estudados teologicamente, que não se sentiam ofendidos
com as notícias divulgadas e nem se importavam com os ataques e revanchismo
denominacional. inclusive a maioria tinha na sua plateia diária transeuntes advogados,
juízes de direito, engenheiros, médicos, professores entre outros abastados intelectuais
e incultos, mas a questão não é essa, pois para mim o grau de opinião intelectual
ou espiritual é coisa secundária quando se trata de evangelho, pois os assuntos
que giram dentro de suas pregações eram sempre em torno de outra coisa: salvação…
Com o tempo, após uma introspecção,
tentei perceber qual era o meu chamado. Daí percebi que queria dedicar a minha
vida a ajudar outras pessoas com problemas semelhantes aos que tive. Ainda
levei alguns anos até recuperar o que perdi na adolescência, especialmente em
relação à maturidade, mas finalmente cheguei ao meu destino. Agora estou a começar
um novo capítulo na minha vida cristã!
Como podem ver, nunca fui desinformado, sem
cultura, desatualizado, alienado ou atrasado, nem massa de manobra, de
português ruim e pouco aprendizado para entender isso. Também nunca precisei
mostrar ao mundo que evoluí como servo de Deus, e não é porque cheguei aos
bancos das faculdades que posso discutir de igual para igual em qualquer debate
teológico… isso não é certo! E apesar de vivermos uma época tecnológica em
que a todo custo se busca a tal chamada ministerial, alguns cristãos insistem
em mostrar que sua teologia, igreja ou instituição tem um “algo mais” a oferecer...
Entretanto, para entender isso, na minha
fé, houve uma época que contei com pessoas pouco estudadas, semianalfabetas, incultas
como Pedro, Tiago e João... Entre eles não me sentia espiritualmente inferiorizado,
pelo contrário, foi com elas que pude descobrir que estava trilhando um lugar numa
fileira de mentes brilhantes, desde o articulado Lucas ao preparadíssimo Paulo,
ex-Saulo de Tarso. Também é verdade que entre todos, havia quem silenciasse a
sabedoria humana. Mas com tudo isso,
passei a buscar uma capacidade de enveredar pelos caminhos de modo que agradasse
ao público e a Deus sem me ensoberbecer. Sem enfeitar o pavão, sem preocupar-se
com a relevância, sem vender a alma… enfim, agir com condições de embalar o
Evangelho na sabedoria humana e na persuasão de linguagem espiritual (1
Coríntios 2:4).
Pessoalmente concordo com os princípios
bíblicos, mas não acho que ter uma religião faz tão bem. Acho positivo e
calmante orar, e acho que se a população não roubasse, não matasse, etc., estaríamos
todos bem melhor.
Espero que todos os que
regozijam com a dor do semelhante e destilam suas ofensivas opiniões nas redes
sociais, que ao menos consigam libertar o ódio dos seus corações, e encontrem a
paz de espírito. Logico, que talvez não seja convidado como Paulo para
discursar no Areópago ateniense - isso não era para qualquer um, ou ser usado
para dar espetáculo que lhe renda fama. Mas que ao menos venha operar
milagres, e principalmente venha se preocupar em não ser visto como alguém
“igual aos outros”, mas diferente, que é o que desejo a todos. Eu sou cristão. Provavelmente
sou o cristão mais conservador que anda neste plano.
Porque Deus me deu fé. Pela graça
de Deus fui salvo da condenação eterna, por meio do sacrifício de Jesus, filho
de Deus, que pagou na cruz o castigo pelos meus pecados.