26/03/2018

protagonista...



A partir do momento que o ser humano está em constante mutação haverá crise de identidade, e esse é o sinal de que não estamos acomodados, mas insatisfeitos com aquilo que parece bom ou estável. No entanto, em relação a fé cristã, ela causa em algumas metamorfoses ambulantes, o desejo de buscar o autoconhecimento, e reciclagem constantemente como também, buscar a Deus o tempo inteiro e os sinais de sua presença….

Só que muitos ignoram a Deus (a principal revelação espiritual) e a Bíblia (regra de fé cristã) quando eles estão sempre nos "abençoando" e nos "direcionando" ou "dizendo" para onde devemos seguir, ir…. e sempre são dicas de coisas que precisamos prestar muita atenção.

Uma delas é a aflição diária que devemos vivenciar. Só que infelizmente a nossa intuição, o nosso principal guia, acerca dessa permissão de Deus, falha e obviamente, falhando, ficamos desconectados D’ele, e a mente racional, ficando muito mais forte, leva-nos ao sofrimento e quanto mais forte for a dor, mais difícil fica de aceitar o que Espírito fala. 

Por isso vemos muita gente achando que está seguindo a intuição divina, mas na verdade está apenas seguindo a mente racional, com isso, uma vez desconectado da fé, as rotinas deles ficam bagunçadas, como um e-mail cheio de mensagens não lidas, não respondidos… ou seja: é muita informação na cabeça e pouca coisa sendo realizada, daí vem as tormentas…

Ultimamente, tenho visto a vida de muitos passarem por essas dores; acidentes, escárnios, desprezo…, alguns por não reconhecerem e manterem as coisas maravilhosas que Deus tem dado a eles, outros, por não receberem, mas entenderem que Ele tem os deixados participarem da fome, da dor, do desamparo, principalmente da enfermidade dos outros como um baita exercício de fé. Falo por mim que ainda não posso fazer supermercado para as famílias que precisam muito mais do que eu, que as vezes falta água, luz ou gás, trabalho, mas tento não deixar faltar dedicação, oração e atenção e disso não dá para desistir! 

Ou você acha que é fácil viver numa sociedade meritocrática que acima de qualquer coisa, nos bombardeia diariamente, ora por informação de vários tipos para atingirmos egoisticamente nossas próprias metas, ora nos induzindo a perseguir o que buscamos violentamente, doa a quem doer?

Não é fácil viver assim, principalmente porque há duas coisas difíceis de conduzir na vida: o medo e a coragem. Essas são 2 sensações perigosas e comuns, onde o medo nos aprisiona e a coragem nos liberta! Para te ajudar nesta dualidade, vou contar uma história: 

Acontece que nessa estrada da vida, nem sempre as coisas saem como se imagina, pois, tanto uma quanto a outra, causam ansiedade, angústia e dor. E certamente, tanto você quanto eu, criamos a nossa própria realidade acerca dessas duas lutas diariamente, entretanto, o que faremos na vida, enfrentar ou fugir? O que esperamos que aconteça, o bem ou o mal? Como decidir realmente o que queremos ser, espirituais ou carnais? Será que somos o protagonista da nossa própria história? E quanto aos que estão feridos neste momento, será que se perguntaram como poderá transformar seu sofrimento em um testemunho de vida cristã? E por fim, será que as pessoas podem realmente confiar na gente, apesar de sermos falhos, como um instrumento, exemplo de fé? 

Certa vez, Gandhi em uma de suas viagens de peregrinação pela libertação da Índia, quando meditava foi interrompido por um de seus assessores:

- Gandhi, precisamos ir. Temos muitos compromissos. E Gandhi respondeu:
- Eu preciso de uma hora para meditar.
Impossível, não temos uma hora para você meditar, afirmaram-lhe.
- Ok, agora eu preciso de duas horas para meditar…

Tomei o exemplo acima para mostrar o quanto somos complexos como cristãos. Estamos cheios de máscaras na qual usamos por trás de comportamentos automáticos de obstinação, ambição, questionamento e autodefesa, e não sei se você pode perceber, ao nosso lado existem pessoas que sofrem e precisam de nosso cuidado. E orar para o cristão é um bom termômetro para saber o quão desconectado estamos de Deus e dessas pessoas, e quanto menos oramos por elas, é sinal que mais precisamos orar a Deus por nós….

Particularmente, tive na adolescência um período marcado pela crise de identidade (fase quando duvidamos de tudo) sendo, portanto, uma fase marcada pela reinvenção e redefinição de fé e do autoconceito, entretanto, a crise não foi estática, e evoluiu de acordo com as modificações que passei para atingir uma identidade adulta, ou seja, uma identidade integrada a dignidade como requisito de ser livre de qualquer forma de manipulação de conhecimento, inclusive de fé religiosa. Ainda hoje, odeio religiões!

Nessa longa trajetória e com muito estudo acadêmico em diferentes áreas, fui passando pela educação, militarismo, empreendedorismo… entre tantas outras. E busquei levar para a prática todos os conhecimentos adquiridos e a principal deles, era a de conhecer se a si mesmo para ajudar a conhecer os outros… sabe porquê? 

Convivia com pessoas; eram estranhas, analfabetas, que não liam livros, não estudavam, eram pobres de espírito, maldosas, enfim, pessoas que deveriam se autoconhecer e conhecer os outros já que se intitulavam crentes, só que contrariamente, eram menos compreensivas e da paz, pois faltava-lhes mais perdão, mais entendimento, sendo assim, poucos aceitavam os seus defeitos. 

Claro que se eu sei que tenho defeitos também, e isso não é fácil aceitar a mais do que dos outros, contudo jamais quis crescer como pessoa, como eles, pois queria aprender a viver com mais assertividade, sabedoria, ou seja, ser mais feliz para fazer mais felizes os outros, e ser capaz de tomar decisões mais conscientes e fazer escolhas pessoais mais significativas...  Enfim, psicologicamente buscar melhor qualidade de vida. O tempo passou e hoje aos 50 anos (em breve 51), alcancei na fé crista o esse meu maior objetivo: ser um peregrino.

Hoje sou um cristão, um peregrino que vaga num mundo do qual não pertencemos! Sou herdeiro de um lar do qual buscamos alcançar todos os dias. De certo modo, estou a serviço da vida, não a própria, mas a do próximo. E quando a minha vida se alinhou ao que Espirito de Deus queria, nos conectamos... É dessa conexão que consigo a energia que me torna capaz de realizar todas as demais coisas, inclusive a de orientar as pessoas a fazer com que meus conhecimentos e experiências, tanto seculares quanto de fé, se transformassem em conteúdos diferenciados para uma vida de alegria e paz…. E olha que ainda estou adquirindo experiências diversas que podem ajudar as pessoas a desenvolver conteúdos de qualidade que encontrem a sua verdadeira identidade!

Graças a Deus, todos temos dons específicos aos quais se bem aproveitados, promoverão uma incrível existência, resistência e resiliência a uma pessoa. Contudo, esses dons devem ser aflorados para a vida, apesar de haver muitas pessoas que mesmo munidas desses potenciais, não conseguem se concentrar no que realmente importa para Deus, pois se preocupam somente com a evolução da consciência material cujo foco é um estilo de vida voltado para os valores terrenos. 

Mas lembre-se que a sua missão cristã tem conteúdo específico e intransferível, único e que somente você pode desenvolver, falo do discernimento espiritual. Muito embora quando falamos sobre discernimento, passamos a ideia de uma tarefa única, personalizada, no entanto, os dons apesar de ter aspectos distintos, são aplicados a qualquer um que pedir ao Criador. 

Por outro lado, sei que não podemos ter tudo na vida, mas merecemos curtir tudo de bom nessa vida. Portanto, questione-se, vigie-se, transforme-se e ensine a crença em Jesus, pois com Ele as possibilidades são muito maiores e não apenas supérfluas… Literalmente, faça agora! Mas faça, olhando para o alto e perguntado de onde me viria o socorro?

 Saiba que eu não quis escrever esse texto como um “ai que dó de mim”, e sim para dizer que a vida em geral é feita de opostos e aprendemos com eles. "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem." Romanos 7:18. Portanto todos nós temos que aprender que somos suficientemente resistentes para aguentar o tranco, porém, incapaz de carregar o mundo nas costas, porque alguém há algum tempo atrás dispostamente carregou ele nas costas por nós.

Doutro modo, concordo que nem sempre é fácil reconhecer um erro e engolir a verdade a seco, mas não é o fim do mundo, contanto que ao reconhecê-lo, que viva um dia de cada vez, pois essa é a melhor lição que a vida tem para nos ensinar quando formos aprender algo… espero que não falte nessa aula! Mas tudo bem, acredito que lendo até aqui, você ao menos possa ter descoberto que o tempo deu devidamente ao seu corpo e mente, a prova que não somos invencíveis e insubstituíveis, porque não somos, pelo contrário, somos quase que descartáveis, o que é muito triste.

Triste também é ver que tem muitos que aprenderam essa lição, e caíram; é saber que muitos ainda precisarão aprender a duras penas…. Então vamos aproveitar isso e pegar uma carona no bonde dos peregrinos: andando, se doando e sentindo com eles a mesma dor, que leva tempo para se desfazer, mas prova que as marcas do sofrimento deles e as coisas que aconteceram no passado, tinham que acontecer porque independentemente do seu querer está a vontade de Deus.

Agora chegamos ao ponto que eu desejo destacar com este breve texto: a vontade de Deus. Felizmente temos uma natureza e um destino divino. E por desígnio dele temos dons e talentos incomuns que vão ajudar-nos a cumprir nosso destino como filhos e tomar as decisões corretas. E como a ajuda das pessoas certas, na hora certa, vamos entender que Deus nutre os frágeis passarinhos e promete garantir o nosso sustento também, portanto, que todos em geral, entreguemos a Ele literalmente a própria vida e não nos preocupemos com as dores porque o nosso Deus é quem satisfaz cada uma de nossas necessidades. Infelizmente o mundo deslanchou numa vergonha sem fim, mas com sua contribuição de fé, oração, doação, bondade, solidariedade, quem sabe não teremos o pedido atendido em menos tempo?

Quem sabe?

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tom caet