12/07/2018

Existo, logo sou…



O poeta Jean Cocteau dizia que não se pode confundir a verdade com a opinião da maioria. Baseado nisso, em certos assuntos ou acerca das coisas que me acontecem, sempre tenho uma visão crítica. Entretanto, vivo sempre tirando conclusões que podem estar certas ou erradas, mas avaliei todos os meandros para chegar a essa conclusão.

E tem mais, quase nunca, acredito no que ouço ou vejo, e procuro sempre ponderar…. Talvez esse seja o meu erro, pois sei que cada um tem as suas verdades, e procurar ver e avaliar a que mais me parece confiável, é um desrespeito num bate-papo.

Mas como a evolução humana só acontece no desconforto, lembrei do quanto convivi com pessoas que tinham ou ainda tem, o hábito de defender o tempo todo pessoas não tão confiáveis… não digo no caráter delas, mas no conhecimento em geral.

Acontece que em certas conversas com elas, quase sempre agiam comigo no automático. E Sempre que me colocavam na parede; me criticavam, daí eu começava a me justificar e tentava me defender, ora chamando de burras, ora me afastando... reconhecia a minha impaciência. Mas e eles, reconheciam?

Sei que às vezes o nosso ponto de vista contrário dói e que às vezes escutar um lado diferente machuca: Mas será que não os outros percebem que a incoerência deles são uma tortura para quem gosta de conversas com finalidades?

Pessoalmente, em certas conversas, nunca quis contar uma história para provar que estava certo. Mas tem gente que nos faz sentir desconfortável com a sua falta de entendimento… E por que fazem isso?

Não sei, mas sei que ferir as outras pessoas incomoda, pelo menos pra mim, mas ao invés de ignorar, sempre nos justificamos, e continuamos a fazer do mesmo jeito e como todo vício e toda virtude tem dois lados, falta a certos cidadãos, atentarem as  nossas características pessoais, algo notável e bem presente nas variadas personalidade que convivemos tipo:  tendência à teimosia, obstinação, firmeza, segurança ou insegurança, ter mais ou menos empatia, enfim, tá na hora de aprendermos que ser teimoso e querer ir até as últimas consequências para provar que se está certo pode ser um sinal de grande perseverança e sucesso futuro e não ao contrário. O que não podemos é ser volúvel e concordar para agradar o outro, isso sim é uma tremenda burrice.

E tem mais: quem defende um ponto de vista contrário ou faz isso para apaziguar os ânimos ou faz para representar a preguiça em ler, conhecer, estudar, ou mascarar o simples medo de ter a sua vergonha exposta. E como disse Leonardo da Vinci, o pior dos erros do ser humano é acreditar no engano das suas próprias opiniões, porque não há ignorância maior do que a de quem acredita que suas avaliações pessoais são como verdades universais.

Infelizmente ainda existem pessoas que acreditam que sua opinião é a única certa. Falo por mim, e você, se reconhece?

Aprendi que uma pessoa que tem um pensamento Jungiano, racional, ou seja, pensa mais e, assim, não só domina o pensamento como muitas vezes nem sempre é totalmente entendida. Já quem não é racional, tem ideias fixas e é relativamente compreendida. Ou seja, a ignorância é melhor compartilhada. No entanto, a chamada teoria da escolha racional – informação - também nos diz que muitos desses processos de encontrar soluções para um problema requer que apliquemos aos nossos pensamentos e às nossas opiniões, algo que corresponda as meras “intuições”, cuja avaliações simplistas nos fazem mais cometer erros do que acertos. E se você acha que a outra pessoa é arrogante, cabeça dura, teimosos e você não, não há nada que defina tanto uma pessoa quanto seus próprios comentários, nesse caso, saiba que para ela você pode a mesma coisa ou ser algo bem pior.  

Atente com quem tem nível de escolaridade e a forma através da qual ela se expressa com você, pois se você não o acompanhar o assunto com ele, você vai se tornar irrelevante e o seu conteúdo certamente vai virar uma discussão sem sentido, o que poderá levar para o lado pessoal, assim, quem machuca os outros com o que causa dor a si mesmo, não só faz uso das próprias opiniões como se fossem verdades únicas, exclusivas e universais, como costuma agir de forma bastante negativa…
Uma coisa é certa, sempre que nós saímos da média ou quando escolhemos seguir um caminho que a maioria das pessoas não segue, começam as barreiras da comunicação, barreiras que nossos familiares, amigos podem colocar a nossa frente, mas quem disse que para irmos mais longe em nossas vidas, vamos precisar do apoio deles?

Uma vez ouvi uma história sobre como somos parecidos com caranguejos. Quando caranguejos são capturados eles são colocados em uma cesta, geralmente feita de bambu. Essas cestas não têm tampas e é aí que mora a curiosidade. Você deve ter pensado que se não tem tampa, os caranguejos podem fugir da cesta. Errado!

Caranguejos vivem em uma sociedade onde nenhum deles pode ser diferente dos demais. Quando eles são colocados em uma cesta, eles acreditam que lá é o lugar certo para ficarem e ali ficam. Se algum caranguejo tenta sair da cesta e escapar para a liberdade e não ser consumido, frito ou assado em algum restaurante, os demais caranguejos impedem que ele saia da cesta e em alguns casos matam quem tenta fugir. Esse tipo de atitude dos caranguejos te lembra alguém?

Realmente, é muito mais gostoso quando vamos em busca do conhecimento com o apoio das pessoas que mais amamos, recebendo delas atenção e não somente incompreensão e acusação. Infelizmente, a maioria delas nem estão nas nossa aspirações e nem imaginam o que vemos como futuro, e sequer sabem o que estamos pensando, idealizando, e por não compreenderem nosso limite, acabam nos barrando por não saberem apoiar talvez, por frustrações, consequentemente inviabilizada pela ignorância intelectual, pelo medo de ajudar ou porque se tornaram alienados, desinteressados, desmotivados …

Enquanto não houver pessoas certas pra dialogar, vamos nos entediando com as erradas mesmo. Fazer o quê?


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tom caet