O poeta Jean Cocteau dizia que não se
pode confundir a verdade com a opinião da maioria. Baseado nisso, em certos assuntos ou acerca das coisas que me acontecem,
sempre tenho uma visão crítica. Entretanto, vivo sempre tirando conclusões que
podem estar certas ou erradas, mas avaliei todos os meandros para chegar a essa
conclusão.
E tem mais, quase nunca, acredito
no que ouço ou vejo, e procuro sempre ponderar…. Talvez esse seja o meu erro, pois
sei que cada um tem as suas verdades, e procurar ver e avaliar a que mais me
parece confiável, é um desrespeito num bate-papo.
Mas como a evolução humana só
acontece no desconforto, lembrei do quanto convivi com pessoas que tinham ou ainda tem, o hábito de defender
o tempo todo pessoas não tão confiáveis… não digo no caráter delas, mas no
conhecimento em geral.
Acontece que em certas conversas com
elas, quase sempre agiam comigo no automático. E Sempre que me colocavam na
parede; me criticavam, daí eu começava a me justificar e tentava me defender,
ora chamando de burras, ora me afastando... reconhecia a minha impaciência. Mas
e eles, reconheciam?
Sei que às vezes o nosso ponto de
vista contrário dói e que às vezes escutar um lado diferente machuca: Mas será
que não os outros percebem que a incoerência deles são uma tortura para quem
gosta de conversas com finalidades?
Pessoalmente, em certas
conversas, nunca quis contar uma história para provar que estava certo. Mas tem
gente que nos faz sentir desconfortável com a sua falta de entendimento… E por
que fazem isso?
Não sei, mas sei que ferir as outras
pessoas incomoda, pelo menos pra mim, mas ao invés de ignorar, sempre nos justificamos,
e continuamos a fazer do mesmo jeito e como todo vício e toda virtude tem dois
lados, falta a certos cidadãos, atentarem as nossas características pessoais, algo notável e
bem presente nas variadas personalidade que convivemos tipo: tendência à teimosia, obstinação, firmeza, segurança
ou insegurança, ter mais ou menos empatia, enfim, tá na hora de aprendermos que
ser teimoso e querer ir até as últimas consequências para provar que se está
certo pode ser um sinal de grande perseverança e sucesso futuro e não ao
contrário. O que não podemos é ser volúvel e concordar para agradar o outro,
isso sim é uma tremenda burrice.
E tem mais: quem defende um ponto
de vista contrário ou faz isso para apaziguar os ânimos ou faz para representar
a preguiça em ler, conhecer, estudar, ou mascarar o simples medo de ter a sua vergonha
exposta. E como disse Leonardo da Vinci, o pior dos erros do ser humano é
acreditar no engano das suas próprias opiniões, porque não há ignorância maior
do que a de quem acredita que suas avaliações pessoais são como verdades
universais.
Infelizmente ainda
existem pessoas que acreditam que sua opinião é a única certa. Falo por
mim, e você, se reconhece?
Aprendi que uma pessoa que tem um
pensamento Jungiano, racional, ou seja, pensa mais e, assim, não só domina o
pensamento como muitas vezes nem sempre é totalmente entendida. Já quem não é racional,
tem ideias fixas e é relativamente compreendida. Ou seja, a ignorância é melhor
compartilhada. No entanto, a chamada teoria da escolha racional – informação -
também nos diz que muitos desses processos de encontrar soluções para um
problema requer que apliquemos aos nossos pensamentos e às nossas opiniões, algo
que corresponda as meras “intuições”, cuja avaliações simplistas nos fazem mais
cometer erros do que acertos. E se você acha que a outra pessoa é arrogante, cabeça
dura, teimosos e você não, não há nada
que defina tanto uma pessoa quanto seus próprios comentários, nesse caso, saiba
que para ela você pode a mesma coisa ou ser algo bem pior.
Atente com quem tem nível de escolaridade e a forma através da qual ela
se expressa com você, pois se você não o acompanhar o assunto com ele, você vai
se tornar irrelevante e o seu conteúdo certamente vai virar uma discussão sem
sentido, o que poderá levar para o lado pessoal, assim, quem machuca os outros
com o que causa dor a si mesmo, não só faz uso das próprias opiniões como se
fossem verdades únicas, exclusivas e universais, como costuma agir de forma
bastante negativa…
Uma coisa é certa, sempre que nós saímos da média ou quando escolhemos
seguir um caminho que a maioria das pessoas não segue, começam as barreiras da comunicação,
barreiras que nossos familiares, amigos podem colocar a nossa frente, mas quem
disse que para irmos mais longe em nossas vidas, vamos precisar do apoio deles?
Uma vez ouvi uma história sobre como somos parecidos com caranguejos. Quando
caranguejos são capturados eles são colocados em uma cesta, geralmente feita de
bambu. Essas cestas não têm tampas e é aí que mora a curiosidade. Você deve ter
pensado que se não tem tampa, os caranguejos podem fugir da cesta. Errado!
Caranguejos vivem em uma sociedade onde nenhum deles pode ser diferente
dos demais. Quando eles são colocados em uma cesta, eles acreditam que lá é o
lugar certo para ficarem e ali ficam. Se algum caranguejo tenta sair da cesta e
escapar para a liberdade e não ser consumido, frito ou assado em algum restaurante,
os demais caranguejos impedem que ele saia da cesta e em alguns casos matam
quem tenta fugir. Esse tipo de atitude dos caranguejos te lembra alguém?
Realmente, é muito mais gostoso quando vamos em busca do conhecimento com
o apoio das pessoas que mais amamos, recebendo delas atenção e não somente incompreensão
e acusação. Infelizmente, a maioria delas nem estão nas nossa aspirações e
nem imaginam o que vemos como futuro, e sequer sabem o que estamos pensando, idealizando,
e por não compreenderem nosso limite, acabam nos barrando por não saberem apoiar… talvez, por
frustrações, consequentemente inviabilizada pela ignorância intelectual, pelo
medo de ajudar ou porque se tornaram alienados, desinteressados, desmotivados …
Enquanto não houver pessoas certas pra
dialogar, vamos nos entediando com as erradas mesmo. Fazer o quê?

