Psicologicamente, somos construídos
e por causa da maneira como aprendemos com nosso ambiente, somos todos motores
da ignorância.
sobre sermos ignorantes, não se
deve pensar nisso como desinformados. Antes, deve-se pensar como mal informados.
Embora, alguns sejam convencidos que a mente ignorante é precisamente um vaso
vazio e imaculado, fundamentalmente, vejo que ela é preenchida com a desordem
de experiências de vida irrelevantes ou enganosas; cheias de teorias fatídicas,
intuitivas, estratégicas, metáforicas e palpiteiras que lamentavelmente têm a
aparência e a sensação de conhecimento útil.
De fato, muitas vezes, nossas
teorias são boas o suficiente, mas nossa mentalidade criativa para contar histórias,
combinada com a nossa incapacidade de detectar nossa própria ignorância, pode
às vezes levar a situações embaraçosas, infelizes ou totalmente perigosas -
especialmente em um ambiente tecnologicamente avançado, sociedade
democrática complexa que ocasionalmente inventa crenças populares equivocadas
com imenso poder destrutivo.
Acontece que de tempo em tempos, as
pessoas tendem a ter visões excessivamente favoráveis de suas habilidades em
muitos domínios sociais, intelectuais e religiosos. Paradoxalmente, quando o
Oráculo de Delfos disse a Sócrates que ele era o homem mais sábio da Terra,
Sócrates respondeu dizendo: "Eu sei que não sei nada". Ele estava
apenas fingindo humildade ou estava realmente pensando assim?
Foi uma resposta real e tem a ver
com algo chamado The Dunning-Kruger Effect - o efeito Dunning-Kruger, um viés
cognitivo em que pessoas com baixa capacidade intelectual sofrem de
superioridade ilusória, ou seja, em muitos domínios sociais e intelectuais, em
grande parte, parecem, inconscientes de quão deficiente é seu
conhecimento.
Analiticamente sempre descrevo essas
pessoas pejorativamente como “burras”, não por falta de autoavaliação e sim,
acerca da sua interpretação - uma questão inquietante onde as
autopercepções de competência cognitiva tantas vezes variam de
verdades em verdades..., mas quais são as pistas que ambos usamos para
determinar se nossas conclusões são sólidas ou corretas? Será que somos “mal
informados” não que necessariamente sabemos menos, mas só sabem coisas
diferentes?
Talvez o problema da maioria das
pessoas não esteja na capacidade de avaliar seu conhecimento, mas na
incapacidade de avaliar a sua falta e isso os deixam com um duplo fardo - não
apenas em seu conhecimento incompleto e equivocado que os leva a cometer erros,
mas que também os impedem de reconhecer quando cometem erros. Inclusive, muitos
indivíduos tem uma incapacidade de perceber suas realizações, mas têm um medo
persistente de serem expostos como um “burro”.
Voltando ao Efeito Dunning-Kruger, eu acho que é muito importante ter em mente que devemos ler
mais. E ler amplamente; indo para livros que desafiam o que você acha
que "conhece" em vez de criar uma câmara de eco para suas crenças já
mantidas. Ainda que aumente o conhecimento, você descobrirá o quão pouco
você sabe.
Uma das melhores coisas sobre o
Efeito Dunning-Kruger é usar o termo em argumentos porque em muitos casos, nem sempre a incompetência deixa
as pessoas desorientadas, perplexas ou cautelosas. Portanto, não digamos
a alguém que "sua incompetência está impedindo de ver
sua incompetência”, em vez disso, digamos
que eles são frequentemente abençoados com uma confiança inadequada,
estimulados por algo que lhes parece conhecimento....
Enfim, de certo modo até dá pra reconhecer
que o pensamento de alguns são cruciais, mas nossos pensamentos com eles são
inúteis porque quase todos nós estamos errados quase o tempo todo. Então, na
pior dos casos, todos sofremos com a "síndrome do impostor". Mas
isso já é outra história....