Começo refletindo acerca da
natureza, melhor dizendo, da botânica, onde nela existe um tipo de planta muito
utilizada para decoração chamada: Comigo-ninguém-pode (dieffenbachia).
Essa planta é conhecida por ter
folhas grandes de tons verde-limão e amarelo. Só que algumas pessoas não sabem
que suas folhas são tóxicas. E se uma animal ou pessoa mastigar uma delas, a
língua poderá inchar por um tempo, impossibilitando assim a fala.
Ao ler a Bíblia pude ver que o primeiro
relato de tentação veio exatamente da fala de uma serpente. e parafraseando Freud, eu diria que o pecado
da civilização começou na primeira vez em que uma cobra irritada lançou uma
palavra em vez de uma pedra.
Também li certa vez que um bebê
leva dois anos para aprender a falar e cinquenta anos para aprender a como ficar
calado. [Acho que esse bebê poderia ser eu muitas vezes].
Continuando, na bíblia pude ver
que Adão e Eva pecaram devido a uma outra fala equivocada – justificando seu
pecado culpando Deus, por ter criado e lhe dado Eva como esposa. Daí em diante,
as coisas só pioraram.
E é em relação a fala, que especialista
estimam que em média uma pessoa crie 12 mil sentenças compostas de 50 mil
palavras por dia. Agora, tente imaginar se caso fôssemos imprimir tudo isso no
final de cada dia?
Acho que teríamos uma infinita
biblioteca cheias de falas, penso eu, na maioria, pecaminosas!
Além do mais, se quisermos entender
o comportamento humano, precisamos entender como a sua fala foi adquirida e qual
seu impacto na subsequente aprendizagem adaptativa tanto carnal quanto
espiritual. Sem contar que a fala é a maneira mais importante e eficiente de
comunicar os nossos pensamentos, desejos e sentimentos.
É através da fala (linguagem em geral)
que permitimos a disseminação rápida e generalizada do conhecimento dentro e
entre as diversas culturas- uma delas a religiosa. Contudo, a língua é indomável
e ferina.
A Bíblia nos descreve o poder que
ele tem de adulterar/perverter, lisonjear/difamar, fofocar/praguejar, murmurar/seduzir,
destruir/desviar.... mas vamos entender melhor sobre isso.
Psicologicamente falando, a maioria,
não todo os crentes, sem exceção, estão em necessidade tremenda de uma terapia
da fala. Explico biblicamente:
O apostolo Tiago deu início à
essa discussão com uma advertência seríssima acerca da fala no capítulo 3-2:
Porque todos tropeçamos em
muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso
para também refrear todo o corpo.
Se isso não bate com você, recomendo
que pergunte as pessoas as seu redor se isso se aplica a você.
Mas é bom que saiba que tal qual
os apóstolos, todos nós temos o mesmo obstáculo que se chama pecado. E
nada revela melhor nosso pecado do que nossa fala. Ou você se acha perfeito?
Como cristão, a nós não nos
surpreende esse assunto da fala, pois à medida em que Thiago explora o tema, isso
nos faz adquirir maturidade cristã. Lembrando
que Jó também sofreu do mesmo problema. (Foi quando Deus o confrontou por causa
de suas palavras, daí rebateu: Sou indigno; que te responderia eu? Ponho a
mão na minha boca).
Isaías também foi outro servo
fiel que ao se encontrar com o Deus disse: sou homem de impuros lábios (Isaías
6.5).
Teve Moisés, que lançou Palavras
precipitadas como lemos no Salmo 106. Pedro que com frequência demasiada sempre
abria o bocão... e numa declaração categórica disse: Ainda que venhas a ser
um tropeço para todos, nunca o serás para mim (Mateus 26.33).
E para as pessoas que fazem
plantão de notícias nas redes sociais; que vivem atualizados nas novidades e
repassam inverdades aos seus pares, é bom que saibam que Deus nos mostra que
aqueles que muito falam acabam revelando segredos.
Pra alongar, no mundo espiritual,
a nossa língua é o mensageiro que espalha a voz de Deus aos corações para
alegrar, curar, consolar..., infelizmente há quem usa para entristecer, ferir, magoar,
desviar, enfim. Mas o crente fiel tem que ser sábio; saber qual jeito certo de
dizer e qual o momento que deve calar.
Porque no mundo carnal, a língua atua
pelo coração. Ou seja, ambos estão intimamente conectados. Porém, Jesus em Lucas 6, 45 disse que a boca
fala do que está cheio o coração. Portanto, quem tem uma língua carnal lá no fundo,
mas bem lá no fundo, é um dedo-duro, fofoqueiro, contendedor e de língua
venenosa. E ninguém gosta de uma pessoa assim
por perto: crente comigo-ninguém-pode.
Resumindo, em Provérbios 16.23
diz que o coração do sábio é mestre de sua boca e aumenta a persuasão nos seus
lábios – na verdade, jamais conseguiremos controlar a língua, ainda que ela seja
um dos maiores dons concedidos à ao ser humano. Tanto é que Tiago reconheceu o
grande poder destrutivo e perigoso de uma língua
descontrolada.
Além disso, há tempos vemos e
ouvimos muitas pessoas de variadas culturas nos admoestando sobre a necessidade
de cuidarmos do nosso modo de falar:
§ “A
língua, sem um osso, tão pequena e fraca, pode esmagar e matar”, declaravam os
gregos.
§ O
provérbio persa dizia, com sabedoria: “Uma língua comprida, uma morte
prematura.”
§ Algumas
vezes, porém, assume esta forma: “Não deixe que a sua língua venha a decepar
sua cabeça.”
§ E
os sábios árabes nos dizem assim: “O grande abastecedor da língua é o coração.”
§ Da
inteligência hebraica, surgiu o provérbio: “Os pés até podem, mas a língua não
deve escorregar.”
Realmente, Desde o início, Deus tem
querido um relacionamento baseado em Sua provisão, pouco temos demonstrado
confiança nele e fazemos isso por meio das falas desordenadas e desobediência:
Obedeça, e darei vida e bênção. Desobedeça e você perderá os dois
(Deuteronômio 30: 15–20.)
Aprender e saber falar pode
curar, encorajar, edificar, ensinar, apoiar, exortar, cantar, orar e louvar,
mas esse pedaço de músculo e nervo medindo poucos centímetros pode também
realizar os efeitos contrários. Mas há um versículo em Provérbios 13:3 que
coroa todos estes nossos pensamentos: “O que guarda a boca conserva a sua
alma…”
