- Meus filhos! Já estou velho e em breve não
terei mais forças para governar. Vocês todos são maravilhosos e sei que
qualquer um de vocês seria um ótimo rei. Como não posso coroar os três, mas
apenas um, o melhor jeito que encontrei para escolher um de vocês é dar-lhes um
desafio: saiam agora e me tragam aquilo que vocês julgarem representar melhor o
nosso reino. Vocês têm até a hora do jantar para me trazer isso. Eu julgarei
qual seja o símbolo mais apropriado.
Os príncipes, então, saíram em
busca do que o pai lhes pediu. Um deles decidiu procurar dentro do próprio
castelo - num cofre onde estavam guardados os maiores tesouros do reino.
O segundo, por sua vez, foi até à
vila dos sábios do reino e passou o dia todo conversando com eles.
Já o terceiro resolveu percorrer
os arredores do reino. Visitou o povo, conversou com os humildes súditos e
conheceu um pouco da vida dura que levavam. Durante essas andanças, o príncipe
encontrou um menino que chorava enquanto arava um extenso campo.
Sensibilizado, perguntou:
- Por que está chorando, garoto?
- Meu pai morreu na semana passada e minha mãe está muito doente. Eu preciso
arar este campo até o fim da tarde se quiser receber um pouco de pão pra levar
para casa. Só que eu não consigo fazer isso sozinho. Queria terminar logo para
poder levar comida pra minha mãe.
O príncipe pensou no desafio do
pai e na possibilidade de se tornar o novo rei. Ele sabia que não podia perder
mais tempo, porém decidiu ajudar o pobre menino - "Não pode ser tão
difícil este trabalho; vou ajudá-lo", pensou ele.
E assim se dispôs a ajudar o
menino, levando algumas horas para arar completamente aquele campo. Assim que
terminaram o serviço, ele foi visitar a mãe do garoto, que muito agradeceu a
ajuda dele (mas a mãe e o filho não sabiam que ele era um príncipe).
Ao fim do dia, na hora do jantar,
os três príncipes apresentaram-se diante do rei. O que ficara no castelo
apresentou ao pai e aos nobres uma antiga e pequena urna de ouro maciço
cravejada com diamantes e rubis - sem dúvida, um imponente símbolo da família
real... E explicou:
- Meu pai e nobres senhores! Esta
urna simboliza a estabilidade e o poder do nosso reino. Garanto-lhes que não há
outro objeto que simbolize tão bem a nossa história!
O segundo filho, que estivera com
os sábios, apresentou uma antiga espada que seu pai usara nos tempos em que era
ainda príncipe. Falou:
- Meu pai e meu rei, esta espada
simboliza os tempos difíceis em que o senhor arriscou a própria vida para que a
força e a grandeza no nosso reino fossem preservadas. Este é, com certeza, o
maior símbolo do nosso reino!
O idoso rei estava encantado, mas
ainda havia o terceiro filho.
- E você, meu filho, o que trouxe?
perguntou-lhe.
O rapaz, serenamente, contou como
foi seu dia:
- Não trouxe nada, meu pai.
Deixei o castelo para visitar o nosso povo e me deparei com um órfão de pai
que, entre lágrimas, buscava no arado um pouco de pão para alimentar a mãe
dele.
A história do menino me comoveu a ponto de
parar a minha busca para ajudá-lo. Depois visitei a mãe dele, enferma. Como não
estou acostumado ao trabalho braçal, fiquei muito cansado e não tive forças
para continuar com o desafio. Me perdoe, meu pai, por favor.
O rei, então, o chamou:
- Aproxime-se, meu filho.
Mostre-me tuas mãos. Constatou que as mãos do filho estavam cheias de calos. O
rei então ergueu o braço do príncipe e declarou a toda a corte:
- Cidadãos de meu reino, este é o
meu escolhido! Ele herdará a minha coroa! Este rapaz não trouxe somente um
símbolo deste reino - trouxe vários:
Em primeiro lugar, ele foi até o
povo. Um verdadeiro rei nunca deixa de estar com o seu povo.
Segundo: ele foi humilde a ponto
de escutar uma criança.
Terceiro: foi sensível ao
sofrimento do menino e de sua mãe. Quarto: demonstrou que é capaz de colocar os
interesses dos necessitados acima dos próprios interesses.
E concluiu: - Os símbolos que ele
nos trouxe superam qualquer riqueza material:
Amor, bondade, compaixão e
atitude! Este meu filho possui todas as qualidades que um rei digno e justo
deve ter. E todos, naquele dia, aclamaram o novo rei.
Realmente, como é grande, eterno
e infinito esse atributo divino de compadecer do próximo. A misericórdia divina
abre o caminho para vivermos uma vida na poderosa obra da graça de Deus em nós.
Lembrando que Jesus pagou a penalidade devida pelos nossos pecados, perdão
imputado sem merecer.
E ao reconhecer isso, além de
vivermos diariamente sobre sua graça, Deus nos transmite seu amor para através que
através da Sua misericórdia, aprendamos a usa-la uns com os outros. (Lc 6.36)
E principalmente, quem faz tudo
que o mundo faz, não faz diferença nele, portanto, Pense seriamente nisto, pois
Deus quer trabalhar seu caráter. E os Seus atributos morais sempre serão os
mais valiosos tesouros que uma pessoa pode ter.

