Nos últimos anos, a forma “estar” em muitas pessoas tem se rotulado com termos como estresse e depressão como forma de “ser” erroneamente. Quando doer a perda de algo, chore o quanto for necessário, pois o objeto de amor teve grande importância na sua vida, recorde os bons momentos, e lembre-se que “estamos” aqui de passagem, onde o que deixaremos aqui será o nosso modo de agir e não de pensar.
Em relação ao luto, cada pessoa tem o seu ritmo, e devem ser tratadas como tal: uns experimentam emoções intensas sem um tempo bem definido e outros sofrem por um tempo maior que podem até se arrastar por anos.
Temos que saber que nessa caminhada da vida seremos marcados por dissabores, desilusões, medos, aflições e morte. A religião ensina a nos preparar para ela, mas a ignoramos quando desejamos viver ao máximo... A ciência nos ensina a como viver muito e combater a morte, mas poucas vezes entendem da esperança dos que após a morte, tanto quem fica como os que partem continuarão vivendo...
De todas as dores, a dor da perda de alguém parece ser a mais aguda e latente na vida do ser humano. Só que quando estão morrendo, ou sofrendo por essa perda, passam pelos estágios do luto. Ficam bravos com todo mundo, e barganham com suplicas, oferecendo tudo o que tem, em troca de apenas mais um dia de vida...
Percebemos que essa barganha falha, quando a raiva persiste, a depressão não passa, o desespero não some, até que finalmente aceita que todo o possível foi feito, e desista de sofrer. Infelizmente não existe ninguém que escape desse drama. Em dado momento da vida teremos que enfrentar essa dor. É uma dor que lateja na alma com lagrimas que assolam e confunde o entendimento. Ao passar pela negação da morte, tudo é inconcebível. Recusa-se a sua chegada e não se acredita nela e isso faz com que ignoremos o fato de que no mundo a vida não é indolor.
Esse processo de medo, raiva, barganha, dor, representa o luto. O dicionário define luto como um sofrimento mental ou stress por aflição ou perda. É um sofrimento agudo. Um arrependimento que leva a um reconhecimento doloroso.
Para lidar com a morte precisamos do luto para atenuar ou suprimir o sofrimento. Porém, não é só pela morte que sofremos: sofre-se pela vida; pelas perdas; pelos enganos, pelas mudanças. E quando entendemos por que algumas vezes é tão ruim sofrer, por que dói tanto, aprendemos que tudo pode mudar instantaneamente. Portanto, luto é algo que todos temos em comum, mas diferente em todos os casos. Temos que entender que o luto sobrevém ao seu tempo e que não se pode impedi-lo. Mas se podemos senti-lo também podemos deixar para lá quando puder. Basta querer.
Há consolo para os que choram e pranteiam seus mortos, principalmente os servos de Deus que estão em Cristo, pois têm a esperança da vida, e sabem que Ele já venceu a morte. Não caminhamos sozinhos pelos vales escuros da vida. O Espírito Santo consolador está em nós e intercede por nós. Lembre-se de quando Jesus chorou no túmulo de Lázaro, chorou a dor da saudade, e não da perda. Para os filhos de Deus, que nasceram de novo, quando enterramos nossos mortos, sabemos onde eles estão e para onde irão. E é assim que se permanece vivo, na esperança que deixaremos de sofrer um dia. Essas verdades enchem o nosso peito de doçura e abrem para nós uma eterna fonte de consolação!
Tecnicamente sob a ótica da psicanálise, há cinco estágios de luto. São diferentes em todos nós, mas sempre há cinco. Negação. Raiva. Barganha. Depressão. Aceitação.
Torna-se interessante ressaltar a condição de buscar esclarecer a diferença entre algumas classificações entre luto e melancolia dentro do senso comum. O que há de comum a estes dois quadros clínicos, para depois diferenciá-los. Em ambos o sujeito, perde um objeto de amor, que pode seu um filho, o emprego, um (a) namorada (o), um animal de estimação e a vontade de viver, etc. Perda de a capacidade amar, cessação de interesse pelo mundo, desânimo e inibição de atividades. Depois de pontuar o que há de comum em ambos, discorra sobre as diferenças.
No Luto, o objeto perdido é real, não há uma condição patológica e é superado após algum tempo. Ou seja, o sujeito não tem uma desorganização psíquica tão pouco neurológica. O objeto perdido existe ou existiu na realidade social. Este está é superado após algum tempo, pois novos objetos de amor são colocados no lugar do anterior e o sujeito retorna a posição de sujeito desejante. No luto o mundo perde a graça, “a cor”. Mas isso passa facilmente.
Na melancolia, objeto pode ser real ou fantasioso, há condição patológica e só é superado com tratamento. Neste caso, a classificação médica é depressão. O sujeito é culpado por tudo, é o grande vilão da história, existe uma recusa crônica pela alimentação, e nenhum investimento no mundo externo. A melancolia, portanto, tomam emprestados do luto alguns dos seus traços e, do processo de regressão entre os outros. É por um lado, como o luto, uma reação à perda real de um objeto amado; mas, acima de tudo isso, é assinalada por uma determinante que se acha ausente no luto normal ou que, se estiver presente, transforma este em luto patológico.
Podemos concluir que o tempo é variável e o ritmo de cada um deve ser respeitado, porém se com o passar do tempo à dor continuar a mesma e houver sintomas de depressão, um psicólogo deve ser procurado para ajudar nesse processo.