22/06/2017

Igreja sem pretexto




Por vários motivos as pessoas entram ou saem da religião e a nós cabe amarmos até que eles amadureçam e cresçam na fé. Mas o generalismo e extremismo tem sido exatamente o grande erro das denominações que estão desumanas e calamitosas, e pondo milhares de pessoas no mesmo saco de interesse. Sendo assim, como manter comunhão com cristãos que na maioria das instituições sentam em seus bancos, não oram, louvam muito, escutam pouco a palavra pregada, negociam a bênção, não dizem a paz do Senhor, e em seguida vão viver suas vidas de pecado, habitualmente?

Não há como negar que as denominações religiosas estão repletas de pessoas que não buscam conversão, mas sim alívio acerca de alguma aflição. Infelizmente, Vivemos em um tempo onde a mensagem do evangelho está sendo adaptada para os interesses privados das pessoas. E os doutrinadores sem o mínimo de noção, seguem sua vã maneira de viver e não pregam sobre a essência do evangelho: que é Jesus.

Neste sentido, ocorre nela tanta idolatria, agressividade gospel, e falta de amor ao próximo... fora o tradicionalismo, pentecostalismo, Arminianismo, calvinismo, Espiritualidade, Evangelismo, Graça, teologia... que ocorre a falsa devoção. Mas Graças a Deus, a igreja terrena não é perfeita e está cheia de pessoas imperfeitas, caso contrário não precisaríamos de Jesus.

Pessoalmente gosto de saber que já houve tanta solidariedade na igreja e que as pessoas que a frequentavam se preocupavam muito umas com as outras a ponto de fazerem um esforço para alimentarem alguém mesmo sem conhecerem o seu rosto. Mas em relação a igreja, tem como em nome de Jesus tolerar o que nem ele tolera nela?  E como tolerar quem não vive para Ele lá?

São tantos misticismos dos crentes que pecamos menos quando ficamos em casa!

Ultimamente, temos vivido como na passagem dos dez leprosos, onde Jesus curou a todos mesmo ciente que somente um daria graças. E infelizmente nos atuais templos e em tantos lugares ditos religiosos, vemos os pobres coitados servindo apenas como instrumento de manobra da fé, de exploração para manipulação e manutenção ao poder material e espiritual de seus líderes. Também não creio que esse seja o principal motivo de muitos saírem das igrejas. Por exemplo:

Não tenho religião e não pratico nenhum culto ecumênico, meu pastor é Jesus, mas nada me impede de visitar uma Igreja qualquer, até porque quem sai de uma igreja porque não ficou contente com alguma coisa, tem seus motivos... também não deixei a igreja institucionalizada por conta das pessoas que estão lá dentro, mas sai pela banalização do evangelho, pela falta de interesse desses líderes em trazer à consciência das pessoas o compromisso com a Verdade, e como ficam massageando o ego tanto das pessoas quanto os seus. Saí porque lá a mentira reina e o Evangelho é coisa séria... não é para covardes! Sai pela falta de coerência com a Palavra e isso é o mínimo que podemos esperar de um lugar que se diz "igreja".

A questão é que já que não vamos encontrar a “Igreja perfeita” como dizem por aí, vamos fazer uma “igreja verdadeira”, ou seja, vamos reunir com mais de um e falar Dele e do Seu Evangelho... como diz a Bíblia, muitos pecam porque falta conhecimento, e na fé o único negociante é o pai e não os pseudo ‘irmãos”!

E recomendo que não mude de rua, não mude de bairro, não mude o seu estilo de vida por causa de alguém! O importante é que todos saibam que somos abençoados por Deus e não se deve parar de busca-lo, nem desistir de orar e devemos ler o Evangelho sempre independente de frequentar certo local!  

Em relação a condenação, Se entendermos que “estar na igreja” equivale a caminhar em fidelidade aos princípios comuns à fé cristã como muito afirmam, podemos considerar que Pedro, ao negar o Salvador também “deixou a igreja”, logo, pelo pensamento em questão, ele nunca fez parte dela. Mas sabemos que isso não é verdade, porque se formos reparar mais profundamente, veremos que ele traiu por causa de pessoas ao seu redor, com medo delas dizerem que ele era um cristão e logo adiante foi inspirado e prosseguiu....

Sendo Igrejados ou desigrejados, o nosso papel cristão é ser instrumentos para levantar o caído, restaurar o destruído, sarar o doente de alma, buscar o perdido e jamais agir com interesse material, ofensas pessoais e questionar a fé de alguém que pensa diferente. Seja, portanto, você a igreja que dá de comer a quem tem fome e não desses construídas por mãos humanas que negam alimento a quem agoniza, faminto, à beira da estrada...

De acordo com historiador baiano, as oferendas deixadas nas encruzilhadas era uma forma dos negros alimentarem seus irmãos escravos que estavam fugindo dos feitores. Os pretos escolhiam lugares estratégicos por onde escravos fugitivos passariam e colocavam comida pesada; carne, frango e farofa porque sabiam da fome e dos vários dias sem comer desses indivíduos e deixavam também uma boa cachaça para aliviar as dores do corpo e dar-lhes algum prazer na luta cotidiana. As velas eram postas em volta dos alimentos para que animais não se aproximassem e consumissem o que estava reservado para o irmão em fuga e aí surge o que todos conhecem como macumba. O rito permanece sendo realizado pelas religiões afro como forma de agradecimento e pedidos aos seus ancestrais e em homenagem a seus santos. A cultura branca e eurocêntrica foi quem desvirtuou a prática, para causar medo, terror e abominação e reforçar os preconceitos e discriminações contra os negros.

Em resumo, como na macumba, as igrejas tomam um rito, como um texto fora de contexto, para distorcer o resto, e isso é lamentável; é como jogar uma bomba atômica para matar inimigos em uma cidade: até atinge quem deveria, mas machuca, magoa e fere muitos inocentes. Para que você não venha se lamentar com todas as denominações, tome uma posição, seja um eleito, escolhido de Deus, você pode dizer eu já faço parte de uma religião, mas não viva como se nada tivesse acontecendo, e atente as evidências que estão ao redor. Enfim, digo que a igreja (homem) sem Cristo é como um caminhão sem freios, desgovernado, ladeira abaixo, à beira de um abismo irreversível. Mas Deus não perdeu o controle do homem. E o seu fim será breve e glorioso.  E quem chama outra pessoa de desigrejado está se colocando no lugar de Deus porque só Ele conhece as intenções dos corações e só Ele sabe quem é e quem não é sua Igreja.

Agora é com você rapaz, é com você mulher: escolhe o fermento dos fariseus ou o pão vivo que desceu dos céus para dar vida, a todo que crer em seu nome?





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tom caet