“Eu digo o que penso... se não agrada, isso é problema dele. ”
É importante sermos verdadeiros
em nossas relações, expormos o que estamos sentindo e pensando. Porém, o perigo
é confundir sinceridade com o excesso de franqueza, pois o exagero que pode
causar consequências negativas. A língua
não é de maneira nenhuma aliada à presunção, pois presunção é a falsificação da
mente e serve-se para desculpar uma transgressão.
Não podemos proferir algo além do
que a verdade representa. Que fique
bem claro que sincero não é quem diz a verdade sobre algo ou sobre si mesmo,
mas quem diz o que verdadeiramente pensa, sobre o que acredita ser verdadeiro.
E existe outra verdade cogitada ou racionalizada
na sinceridade: a agressividade e intenção premeditada em aborrecer....
Temos que saber controlar a
língua, ser capaz de dizer coisas agradáveis, mas também saber ser crítico
quando necessário. Entretanto, controlar
a língua é uma difícil luta pessoal e como bem diz o ditado: temos
dois ouvidos e uma boca para podermos ouvir mais e falar menos. O ideal então, está
em expressar a opinião, com uma boa dose de cautela e sabedoria para não usar
mal as palavras e causar danos para os outros e para si mesmo.
Creio que todos temos sérios
problemas com a língua, e muitas vezes não conseguimos contê-la, e por vezes
até falamos sozinho e o pior, falamos o que não se deve e falamos a verdade que
ninguém aceita.... Como cristãos, precisamos estar atentos com relação ao uso
das palavras, pois vidas podem ser destruídas, por calunias, mentiras,
maledicências... até podemos e devemos, em algumas situações, falar uma coisa
negativa sobre ou para o outro. Mas é preciso cuidar a forma e o tom de como
fazer isto sem magoar .... Afinal, ninguém quer ser acusado do que não fez. Creio
que a maioria já foi vítima da maledicência, de calunias e que isso a causou desanimo......
Devemos saber que não podemos
dizer o que pensamos sem exercer uma resistência ao que ouvimos, nem cair no
registro da crueldade, tão pouco fazer-se de vítima de uma sinceridade que
contradiz o que penso. A exigência de sinceridade se dissolve quando se
reconhece o inconsciente e sua dependência do Outro. Além disso, as palavras
sempre traem aqueles que pretendem enunciá-las. O que quer que saia da nossa
boca, diz a Bíblia que é disso que o coração está cheio, e pelo visto quanto
mais sai, mais cresce dentro. Porque sempre falamos o que queremos, e acabamos
ouvindo o que não queremos. E aí, só vejo graça e esperança na renovação da
mente em Cristo Jesus. Porque a
sinceridade nada mais é que a crença no próprio dizer, o que tem pouco a ver
com a verdade. Pense nisso....
E você, será que não é vítima de
sua própria sinceridade?