21/06/2017

Serpenticídio...


“Eu digo o que penso... se não agrada, isso é problema dele. ”

É importante sermos verdadeiros em nossas relações, expormos o que estamos sentindo e pensando. Porém, o perigo é confundir sinceridade com o excesso de franqueza, pois o exagero que pode causar consequências negativas. A língua não é de maneira nenhuma aliada à presunção, pois presunção é a falsificação da mente e serve-se para desculpar uma transgressão.

Não podemos proferir algo além do que a verdade representa. Que fique bem claro que sincero não é quem diz a verdade sobre algo ou sobre si mesmo, mas quem diz o que verdadeiramente pensa, sobre o que acredita ser verdadeiro. E existe outra verdade cogitada ou racionalizada na sinceridade: a agressividade e intenção premeditada em aborrecer....

Temos que saber controlar a língua, ser capaz de dizer coisas agradáveis, mas também saber ser crítico quando necessário. Entretanto, controlar a língua é uma difícil luta pessoal e como bem diz o ditado: temos dois ouvidos e uma boca para podermos ouvir mais e falar menos. O ideal então, está em expressar a opinião, com uma boa dose de cautela e sabedoria para não usar mal as palavras e causar danos para os outros e para si mesmo.

Creio que todos temos sérios problemas com a língua, e muitas vezes não conseguimos contê-la, e por vezes até falamos sozinho e o pior, falamos o que não se deve e falamos a verdade que ninguém aceita.... Como cristãos, precisamos estar atentos com relação ao uso das palavras, pois vidas podem ser destruídas, por calunias, mentiras, maledicências... até podemos e devemos, em algumas situações, falar uma coisa negativa sobre ou para o outro. Mas é preciso cuidar a forma e o tom de como fazer isto sem magoar .... Afinal, ninguém quer ser acusado do que não fez. Creio que a maioria já foi vítima da maledicência, de calunias e que isso a causou desanimo......

Devemos saber que não podemos dizer o que pensamos sem exercer uma resistência ao que ouvimos, nem cair no registro da crueldade, tão pouco fazer-se de vítima de uma sinceridade que contradiz o que penso. A exigência de sinceridade se dissolve quando se reconhece o inconsciente e sua dependência do Outro. Além disso, as palavras sempre traem aqueles que pretendem enunciá-las. O que quer que saia da nossa boca, diz a Bíblia que é disso que o coração está cheio, e pelo visto quanto mais sai, mais cresce dentro. Porque sempre falamos o que queremos, e acabamos ouvindo o que não queremos. E aí, só vejo graça e esperança na renovação da mente em Cristo Jesus. Porque a sinceridade nada mais é que a crença no próprio dizer, o que tem pouco a ver com a verdade. Pense nisso....


E você, será que não é vítima de sua própria sinceridade?

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tom caet