Síntese da Minha Caminhada
Espiritual
Há tempos vivo a partilhar com
outros as minhas experiências de capelania, ora escrevendo, ora aconselhando ou
palestrando sobre uma vivência espiritual fora da Matrix Religiosa. Tomando
muito cuidado, pois de nada adianta me "libertar" da religião e
continuar fanático como os que leem a bíblia, mas são intolerantes e insensatos
como os que não leem.
Pessoalmente não creio em “quem” tem
uma superioridade espiritual sem base racional e tolerância. Também não creio
num fanatismo antirreligioso igual temos visto claramente por aí.
Assim, se quisermos ser verdadeiramente salvos, espiritual e mentalmente, não temos que acabar com o destrutivo 'consumismo', mas sim, com o “amigo fiel ", falo do ‘materialismo', no qual corrompe as nossas almas inclusive emoções; sentidos, com ilusões, pois é para alimentar estes 'monstros' do consumo excessivo que se dá a dependência, escravidão...
De modo Racional, sei que não há
como salvar esse mundo, ainda que a humanidade abdique da obtenção de poder de destruição
e controle econômico sobre os demais, seja criação ou criatura.... Inclusive, este
domínio diabólico do Homem (666), apesar de ser bíblico, não é aparentemente de
Ordem Divina, mas sim de cumprimento da desordem e desgoverno humano.
Já de modo Espiritual, digo que para
salvarmos o homem da ignorância, precisamos redescobrir quem somos, de onde
vimos e reconhecer para onde vamos além deste Mundo. Estando nele, nunca
seremos perfeitos, mas quando estamos num relacionamento verdadeiro com Deus, em
Cristo, os nossos pecados são abonados... ainda que as pessoas não gostem de
ouvir o que eu digo ou não queiram saber.... Assim mesmo, direi! Porque a verdade espiritual é como um
remédio amargo ou como uma injeção que acalma a dor... é necessário! Só peço
uma coisa: Não creia no que eu digo sem
antes consultar a Deus e conferir na bíblia... quero deixar claro aqui que jamais
mudarei à minha maneira de ser, pensar mascarando o que não pode ser mascarado
para agradar, proteger. E não me peçam para ser hipócrita.... Infelizmente, ainda não descobri uma maneira mais
dócil para dizer o que acredito na bíblia... falta-me mansidão para expô-la...
mas lembre-se que ela foi inspirada nos pensamentos dos homens e isso nos dá o direito
de interpretar erroneamente.
Sabendo disso, como cristão, de
certo modo, nunca vivi como alguém que preferia lê-la ou segui-la com
tendências sentimentais ou preferência/opção, 'identidade/alternativa racional….
Tão pouco religiosamente, apesar de ter atuado profundamente no protestantismo evangélico
por alguns anos, mas sempre preferi uma espiritualidade mais centrada nos
ensinos missionários de Jesus. Também nunca vivi em nome de uma necessidade de
afirmação do 'Eu sou.…'. E sempre discordei da tal 'identidade” divina dos ditos
homens espirituais e suas patentes nas igrejas. E isto me acontece porque muito
me importa querer saber acerca do meu verdadeiro “eu” espiritual – algo que tenho
ou escolhi ter com Deus... livremente. É melhor do que querer salvar o mundo da
aflição como muitos... embora reconheça que realmente a religião causa trauma, medo
e opressão neles. E aos demais céticos que dizem que os textos bíblicos são desconexos,
onde ao mesmo tempo que Deus é paz e amor, é um assassino cruel, confirmo que
sem o discernimento espiritual, tudo, tudo é muito louco.
E foi baseado nesse entendimento
que me tornei um dissidente da dita “religião cristã". Hoje tenho uma
atitude totalmente ‘desprotocolada’, principalmente a cristandade ou qualquer sistema
religioso, além do sistema filosófico-político (no meu caso o cristianismo). Também
não adoto esse “evangelho” oportunista atual, que se baseia na troca,
ou que negocia a salvação... esse não é o evangelho pregado por Jesus – que prega
um relacionamento íntimo com Deus, que nos criou; e prega um relacionamento com
Ele, que nos ama ainda que tenhamos as fraquezas da carne...
Resumindo, na fé nunca andei atrás das coisas de bens ou de poder;
nem creio que o real bem-estar na terra esteja no que se obtém desde dinheiro,
ouro e pedras preciosas, ou nas demais futilidades pelas quais os olhos
brilham. Pelo contrário, precisamos evitar a 'normalidade'; e o 'naturalismo'
das coisas e parar com o 'crédito' humano, do tipo uns para com os outros e
todos para com o Mundo pois todos estamos em débito com Deus. E para finalizar,
só O Amor dele poderá nos fazer reconhecer na terra o Sagrado Valor que a sua eterna
Natureza propõe a cada criatura humana: que é educar a todos nós de forma a nos
tornar capazes de executar o seu mandato Divino de cuidar do Mundo e não salvar!
"...e tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o
lavrar e o guardar." Génesis 2:15