Apesar de sermos seres
incompletos, a beleza ainda nos incomoda. Porque a necessidade dela nos sufoca
e até nos aprisiona. Mas, será que a arte ou o belo conduz a Deus? Será que isso realmente
pode ser usado como uma via…?
Para o teólogo Clodovis Boff, as linguagens
expressivas como a poesia, a música, o canto, a pintura, o teatro, a dança, as
narrativas, as máximas, a simbologia e o humorismo enfim, são “caminhos da
beleza”.
Para alguns artistas, sem
quaisquer exceções, creio que a arte em geral expressa o seu talento natural. Mas
vale lembrar que este caminho é apenas um meio de expressão e não fonte de fé e
de reflexão teológica. Pois a arte em si, nem sempre é tão natural e nem sempre
representa os lugares santos, muito menos a santidade ou condição emocional de alguém.
E nem toda e qualquer linguagem altiva, plástica é uma liturgia cristã e sim
uma tradição cultural seja qual for a religião….
Já o cristão, ele não é livre como
os artistas que tem a liberdade, de onde surgem suas obras, de expressar através
da arte os seus atos obscenos, sentimentos facciosos, pensamentos impuros, fundamentalmente
usados como matéria imponderável. Talvez para alguns artistas seja até fácil expressar
seu talento, mas para o cristão a tarefa que recebeu é árdua: propagar o
evangelho Como uma cruz pesada e não uma ilusão….
Sei que não é errado dizer que o
belo abre os nossos olhos para o infinito. Também não é exagero afirmar que existem
pinturas que são primorosas visões celestiais; que a música pode nos encher de
prazer entre outras expressões. Pois sabemos que a beleza sempre será a expressão,
o esplendor da beleza, mas também, a síntese entre a verdade e a mentira.
Se é para falar de beleza, que todos
falem. Mas falem também daquele amigo que marcou sua infância... falem
daquele primeiro beijo de amor; falem até do fervor das paixões. Falem da
brincadeira de balanço, enquanto o vento batia e os olhos fechavam de tanto
prazer. Falem das lembranças antigas e das belas cantigas entoadas pela
falecida e velha avó… falem, ainda que em lágrimas, do seu perfume Charisma,
da sua roupa com manchas de comida, da imensidão de conselhos. E falem principalmente,
das suas mãos enrugadas que outrora alisavam ou os aqueciam nos momentos de solidão....
Hoje ando, como diz um certa poesia, cansado; Ando cansado das
horas que não vivo; De calar dentro de mim a solidão; Das promessas e demoras
sem motivo; E de sempre dizer sim em vez de não; Morro em cada despedida ao
abandono; Paro o tempo à tua espera nos desejos; A estação da minha vida é o
Outono; Não existe primavera sem teus beijos; Ergo a minha voz aos céus
teimosamente; E depois deste meu rogo ao Deus Senhor; Não sei se te diga adeus
ou, simplesmente; Deva dizer-te até logo, meu amor. Então:
"Até Logo Meu Amor"