11/08/2018

...e por falar em beleza: "Até Logo Meu Amor"




  Apesar de sermos seres incompletos, a beleza ainda nos incomoda. Porque a necessidade dela nos sufoca e até nos aprisiona. Mas, será que a arte ou o belo conduz a Deus? Será que isso realmente pode ser usado como uma via…?

Para o teólogo Clodovis Boff, as linguagens expressivas como a poesia, a música, o canto, a pintura, o teatro, a dança, as narrativas, as máximas, a simbologia e o humorismo enfim, são “caminhos da beleza”.

Para alguns artistas, sem quaisquer exceções, creio que a arte em geral expressa o seu talento natural. Mas vale lembrar que este caminho é apenas um meio de expressão e não fonte de fé e de reflexão teológica. Pois a arte em si, nem sempre é tão natural e nem sempre representa os lugares santos, muito menos a santidade ou condição emocional de alguém. E nem toda e qualquer linguagem altiva, plástica é uma liturgia cristã e sim uma tradição cultural seja qual for a religião….

Já o cristão, ele não é livre como os artistas que tem a liberdade, de onde surgem suas obras, de expressar através da arte os seus atos obscenos, sentimentos facciosos, pensamentos impuros, fundamentalmente usados como matéria imponderável. Talvez para alguns artistas seja até fácil expressar seu talento, mas para o cristão a tarefa que recebeu é árdua: propagar o evangelho Como uma cruz pesada e não uma ilusão….

Sei que não é errado dizer que o belo abre os nossos olhos para o infinito. Também não é exagero afirmar que existem pinturas que são primorosas visões celestiais; que a música pode nos encher de prazer entre outras expressões. Pois sabemos que a beleza sempre será a expressão, o esplendor da beleza, mas também, a síntese entre a verdade e a mentira.

Se é para falar de beleza, que todos falem. Mas falem também daquele amigo que marcou sua infância...  falem daquele primeiro beijo de amor; falem até do fervor das paixões. Falem da brincadeira de balanço, enquanto o vento batia e os olhos fechavam de tanto prazer. Falem das lembranças antigas e das belas cantigas entoadas pela falecida e velha avó… falem, ainda que em lágrimas, do seu perfume Charisma, da sua roupa com manchas de comida, da imensidão de conselhos. E falem principalmente, das suas mãos enrugadas que outrora alisavam ou os aqueciam nos momentos de solidão....

Hoje ando, como diz  um certa poesia, cansado; Ando cansado das horas que não vivo; De calar dentro de mim a solidão; Das promessas e demoras sem motivo; E de sempre dizer sim em vez de não; Morro em cada despedida ao abandono; Paro o tempo à tua espera nos desejos; A estação da minha vida é o Outono; Não existe primavera sem teus beijos; Ergo a minha voz aos céus teimosamente; E depois deste meu rogo ao Deus Senhor; Não sei se te diga adeus ou, simplesmente; Deva dizer-te até logo, meu amor. Então:

"Até Logo Meu Amor"



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tom caet