10/08/2018

replicante




No Curso de Medicina, certo professor se dirigiu ao aluno e perguntou:
- Quantos rins nós temos?
- Quatro! Respondeu o aluno.
- Quatro? Replicou o professor de forma arrogante, igual a aqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos outros.
- Tragam um feixe de capim, pois temos um asno na sala. Ordenou o professor a seu auxiliar.
- E para mim um cafezinho, contrapôs o aluno ao auxiliar do mestre.
A partir disso o professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno era Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), o 'Barão de Itararé'. Antes de sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre dizendo:
 - Professor: o senhor me perguntou quantos rins “nós” temos. Nós temos quatro: dois meus e dois seus. Nós, é uma expressão usada para o plural. Portanto, tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.
A moral dessa História consiste em saber que a vida exige de cada um de nós muito mais compreensão do que conhecimento, logo, é necessário que tenhamos a eficácia de enxergar o bom senso e guardar a raiz primária que outrora é indispensável a toda a humanidade e sua convivência: a compreensão intuitiva. 
Desta forma, cada indivíduo se caracteriza pelo esquema mais alto da sua hierarquia intelectual, em contraste com o esquema mais inferior, ou seja, algumas pessoas tendem a ser mais propensas ao conhecimento, sendo consideradas mais racionais e menos emotivas. Enquanto outras são mais sentimentais, emotivas, mas ambas têm como característica predominante a criatividade
Tecnicamente, o ser humano nasce em perfeito equilíbrio mental, porém, a sua compreensão existencial, desenvolvimento individual e as interações sociais vão desequilibrando a sua mente fazendo com que ocorra uma hierarquização dos esquemas a saber: conhecersentir e agir.
Segundo o psicólogo e educador, Leonel Correia Pinto, o indivíduo deve buscar retomar o equilíbrio, mas de maneira harmoniosamente entre estes três esquemas, para desta forma encontrar o autoconhecimento para compreender as coisas... o que não acontece com esses grandes iluminados intelectuais da internet, que discursam sem se importar com a mentira ou uma suposta verdade que aprenderam. E num dialogo ideológico, por exemplo, partem do seu próprio princípio de fundamentação e contam apenas com as insignificantes condições do seu intelecto as quais sabemos que não são suficientes para que cheguem à sabedoria.
Mas a pessoa que intui algo dentro de si, acaba por se capacitar a compreender aquilo com que está dialogando. Age diferente de pensar apenas, apesar da intuição ser uma forma de “sentir”, é no respeito disciplinar que jaz a compreensão dos fatos. No entanto, a maior parte das pessoas preferem seguir por outro caminho mais existencial.
De certo modo, creio que fazem isso para alcançar a supremacia do conhecimento que não tem. E a maioria que dão muita importância ao dialogo conflituoso, não percebe que no final de tudo, qualquer papo furado, sempre nos leva a ruína. 


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tom caet