A Doença de Alzheimer é reconhecida pelas
Nações Unidas como Doença Cronica Não-Transmissível - A Assembleia Geral das Nações Unidas reconhece as
doenças neurológicas, incluindo a Doença de Alzheimer, como importante causa de
morbilidade, sendo absolutamente necessário possibilitar-se acesso igualitário
a programas eficazes e a intervenções em cuidados de saúde.
A Assembleia Geral das Nações Unidas, na sua 66ª sessão de 19 e 20 de
Setembro de 2011, que se debruçou sobre questões de saúde relacionadas com
doenças não-transmissíveis (DNT), adotou uma DECLARAÇÃO POLÍTICA PARA A
PREVENÇÃO E O CONTROLE DE DOENÇAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS (DNT), em que, no item 18,
se reconhece especificamente que as doenças neurológicas, incluindo a Doença de
Alzheimer, constituem importante causa de morbilidade e contribuem para o
enorme problema que representam as DNT a nível global, sendo absolutamente
necessário possibilitar-se acesso igualitário a programas eficazes e a
intervenções em cuidados de saúde.
A Doença de Alzheimer passa, assim, a estar incluída em programas de
promoção da saúde a nível mundial, um dos maiores desafios a desenvolver no
século XXI, dado que inclusivamente as DNT constituem uma ameaça para as
economias de muitos Estados Membros, podendo levar a crescentes desigualdades
entre países e populações.
Segundo a ADI (Alzheimer Disease International), na sua declaração sobre
os resultados desta cimeira, trata-se de uma declaração da maior importância,
uma vez que a Doença de Alzheimer e outras demências são reconhecidas, a par da
diabetes, do cancro, das doenças respiratórias e das doenças cardiovasculares,
como representando um grave problema global de saúde pública. Poder-se-á,
agora, esperar que sejam elaborados e concretizados programas específicos, a
nível mundial, de que resultem, por exemplo, o diagnóstico precoce e a redução
dos riscos.
Pretende-se, assim, reforçar políticas nacionais e sistemas de saúde,
até 2013, cooperação internacional que incluam parcerias de cooperação,
desenvolvendo e apoiando a investigação nesta área da saúde. Um grande passo,
resultado dos esforços extraordinários de todo o movimento Alzheimer em vários
países, em que se inclui a Alzheimer Europe da qual a Alzheimer Portugal é
membro ativo.
O que é a Doença de Alzheimer?
A Doença de Alzheimer é um tipo de demência que
provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções
cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre
outras). Esta deterioração tem como consequências alterações no comportamento,
na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização
das suas atividades de vida diária. O nome desta doença deve-se a Alois
Alzheimer, médico alemão que em 1907, descreveu pela primeira vez a doença.
À medida que as células cerebrais vão sofrendo uma
redução, de tamanho e número, formam-se tranças neurofibrilhares no seu
interior e placas senis no espaço exterior existente entre elas. Esta situação
impossibilita a comunicação dentro do cérebro e danifica as conexões existentes
entre as células cerebrais. Estas acabam por morrer e isto traduz-se numa
incapacidade de recordar a informação. Deste modo, conforme a Doença de
Alzheimer vai afetando as várias áreas cerebrais vão-se perdendo certas funções
ou capacidades. Quando a pessoa perde uma capacidade, raramente consegue voltar
a recuperá-la ou reaprendê-la.
A Doença de Alzheimer é uma doença
neurodegenerativa
Em termos neuropatológicos, a Doença de Alzheimer
caracteriza-se pela morte neuronal em determinadas partes do cérebro, com
algumas causas ainda por determinar. O aparecimento de tranças fibrilhares e
placas senis impossibilitam a comunicação entre as células nervosas, o que
provoca alterações ao nível do funcionamento global da pessoa.
Tipos de Doença de Alzheimer
Existem dois tipos diferentes de Doença de
Alzheimer:
·
A Doença de Alzheimer esporádica pode afetar
adultos de qualquer idade, mas ocorre habitualmente após os 65 anos. Esta é a
forma mais comum de Doença de Alzheimer e afeta pessoas que podem ter ou não,
antecedentes familiares da doença. Parece não existir hereditariedade da Doença
de Alzheimer esporádica, de início tardio. Contudo, é possível que algumas
pessoas possam herdar uma maior ou menor probabilidade para desenvolverem a
doença numa idade avançada. O ApoE14 é o único gene associado a um ligeiro
aumento do risco de desenvolver Doença de Alzheimer, de início tardio. Mesmo
assim, metade das pessoas portadoras deste gene, e que vivem até aos 85 anos,
não desenvolve Demência nesta idade. Os investigadores estão a tentar encontrar
outros fatores de risco, genéticos e ambientais que possam tornar o
desenvolvimento da Doença de Alzheimer mais ou menos provável. No entanto até à
presente data o único fator de risco evidente para o desenvolvimento desta
doença parece ser a existência prévia de um traumatismo craniano severo
·
A Doença de Alzheimer Familiar é uma forma menos
comum, na qual a doença é transmitida de uma geração para outra. Se um dos
progenitores tem um gene mutado, cada filho terá 50% de probabilidade de
herdá-lo. A presença do gene significa a possibilidade de a pessoa desenvolver
a Doença de Alzheimer, normalmente entre os 40 e 60 anos. Este tipo de Doença
de Alzheimer afeta um número muito reduzido de pessoas
Quais são os sintomas?
Nas fases iniciais, os sintomas
da Doença de Alzheimer podem ser muito subtis. Todavia, começam frequentemente
por lapsos de memória e dificuldade em encontrar as palavras certas para
objetos do quotidiano. Estes sintomas
agravam-se à medida que as células cerebrais vão morrendo e a comunicação entre
estas fica alterada.
Outros sintomas característicos:
·
Dificuldades de memória persistentes e frequentes,
especialmente de acontecimentos recentes;
·
Apresentar um discurso vago durante as
conversações;
·
Perder entusiasmo na realização de atividades,
anteriormente apreciadas;
·
Demorar mais tempo na realização de atividades de
rotina;
·
Esquecer-se de pessoas ou lugares conhecidos;
·
Incapacidade para compreender questões e
instruções;
·
Deterioração de competências sociais;
·
Imprevisibilidade emocional.
Consoante as pessoas e as áreas cerebrais afetadas, os sintomas variam e a doença progride a um ritmo diferente. As capacidades da pessoa podem variar de dia para dia ou mesmo dentro do próprio dia, podendo piorar em períodos de stress, fadiga e problemas de saúde. No entanto, o certo é que vai existir uma deterioração ao longo do tempo. A Doença de Alzheimer é progressiva e degenerativa e, atualmente, irreversível.
Qual a causa da Doença de Alzheimer?
Os investigadores estão a descobrir rapidamente
mais dados sobre as alterações químicas que provocam danos às células cerebrais
na Doença de Alzheimer. Mas para além das pessoas que desenvolvem a Doença de
Alzheimer Familiar, não se conhece o motivo pelo qual uma pessoa desenvolve a
doença e outra não.
Estão a ser investigadas várias causas suspeitas da
Doença de Alzheimer, incluindo fatores ambientais, perturbações bioquímicas e
processos imunitários. A causa pode variar de pessoa para pessoa e pode ser
devida a um ou a vários fatores.
Quem desenvolve a Doença de
Alzheimer?
Qualquer pessoa pode desenvolver a Doença de
Alzheimer. No entanto, é mais comum acontecer após os 65 anos. A taxa de
prevalência da demência aumenta com a idade. A nível mundial, a demência afeta
1 em cada 80 mulheres, com idades compreendidas entre os 65 e 69 anos, sendo
que no caso dos homens a proporção é de 1 em cada 60. Nas idades acima dos 85
anos, para ambos os sexos, a Demência afeta aproximadamente 1 em cada 4
pessoas.
Como é que a Doença de Alzheimer é
diagnosticada?
Atualmente não existe qualquer teste específico
para identificar a Doença de Alzheimer. O diagnóstico é realizado após uma
observação clínica cuidadosa. O diagnóstico clínico pode incluir a realização
de: história médica detalhada, exame físico e neurológico aprofundado; exame do
funcionamento intelectual; avaliação psiquiátrica; avaliação neuropsicológica;
e análises laboratoriais ao sangue e urina.
Estes exames irão ajudar a excluir a existência de
outras doenças, que têm sintomas similares, tais como carências nutricionais e
depressão. Após a eliminação de outras causas, o diagnóstico clínico da Doença
de Alzheimer pode ser realizado com uma precisão de 80% a 90%. O diagnóstico só
pode ser confirmado após o falecimento da pessoa, através da observação do
tecido cerebral.
É importante ter um diagnóstico preciso o mais cedo
possível, para determinar se a situação clínica da pessoa é devida à Doença de
Alzheimer ou se os sintomas estão a ser causados por outra doença, diferente ou
rara, que requeira um tratamento específico.
Como é que a Doença de Alzheimer
progride?
A progressão da doença varia de pessoa para pessoa.
Mas a doença acaba por levar a uma situação de dependência completa e,
finalmente, à morte. Uma pessoa com Doença de Alzheimer pode viver entre três a
vinte anos, sendo que a média estabelecida é de sete a dez anos.
Existe algum tratamento disponível?
Até à presente data não existe
cura para a Doença de Alzheimer. No entanto, existem algumas medicações que
parecem permitir alguma estabilização do funcionamento cognitivo nas pessoas
com Doença de Alzheimer, nas fases ligeira e moderada.
Os medicamentos também podem ser prescritos para sintomas secundários, como inquietude e depressão, ou para ajudar a pessoa com Doença de Alzheimer a dormir melhor.

