25/02/2019

Sarcasmo - um problema universal



Ocasionalmente, somos pegos fazendo certos comentários, imaginando não ter a intenção de rebaixar os outros, mas tem um ditado que diz que “se você não pode dizer algo bom, não diga nada”. Ainda que as nossas intenções possam ser muito inocentes e até mesmo boas, o Evangelho diz que “o coração de um sábio discerne tempo e juízo” (Ec. 8: 5) e sabe quando dizer (ou não) o quê.

Só que infelizmente a maioria das pessoas não praticam esse princípio. Na verdade, poucos estão preocupados com as necessidades e o bem-estar dos outros. Pelo contrário, a maioria delas nem repara ou sequer considera o impacto que suas palavras terão sobre os outros e que isso podem criar um momento tenso ou até trazer desconforto a outra pessoa.

Mesmo quando um comentário específico possa potencialmente aliviar um momento sério de alguém, devemos nos colocar “no lugar dele” e imaginar como tal declaração pode ser recebida. Como cristão, temos que ter tato e discrição nas palavras com todos. E a Bíblia tem muito a dizer sobre nosso comportamento e a maneira como tomamos e usamos tais palavras.

Sabemos que o mundo está se tornando cada vez mais voltado para a auto- satisfação, auto- gratificação e auto- indulgência. E nele com demasiada frequência, vemos quando as coisas não acontecem, as pessoas simplesmente “perdem” a cabeça e atacam os outros. Ironicamente, tais explosões são frequentemente dirigidas àqueles que quase sempre não têm nada a ver com a situação, ou seja, meros espectadores, inocentes que estão no lugar errado na hora errada. Também reconhecemos que a sociedade e a mídia, praticamente programa as pessoas de várias maneiras - e nenhuma delas é sutil - para serem cansativas, insensíveis e rudes com as palavras.   E isso não garante saber quem tem boas e más intenções em usa-las. Para saber a diferença, você deve examinar o motivo por trás dela.  Mas “Que nada seja feito por contenda ou vaidade; mas na humildade, cada um considera os outros melhores do que eles” (Fp 2: 3).

Pessoalmente, eu acho que pessoas são inseguras e usam figuras de linguagem pra chamar atenção e clareza para uma determinada situação, mas não podemos dizer que é bom.   Pelo contrário, às vezes, elas podem ser dolorosas devido a convincente verdade que revela ter. Uma delas é o sarcasmo que tem em seu núcleo a intenção de insultar, prejudicar sem o amor correspondente com claro objetivo de menosprezar um para elevar a si mesmo.   

Se por acaso o que foi descrito tem a ver com você, ou se de vez em quando você irrita os outros quando diz ou faz coisas que parecem desafiar a “lógica” deles, inclusive, permitido que se irritem e sejam menosprezados, sinto muito: você é sarcástico.

Tecnicamente, essa figura de linguagem é definida como “um enunciado agudo e muitas vezes satírico ou irônico projetado para cortar ou causar dor. "Sarcasmo" vem da palavra grega sarkasmos (uma zombaria, brincadeira, provocação). A palavra raiz é sarx, que significa "carne". Mais literalmente, sarcasmo significa "despir a carne". Embora você possa não considerar, o sarcasmo é sim uma forma negativa e degradante de mentir. Principalmente quando a intenção é fazer com que outra pessoa se sinta mal ou “fique mal” aparentemente ante a alguém.

Eu não gosto de ironia e nem sarcasmo, ainda que as utilize muitas vezes, desconheço que isso esteja dentro dos limites cristãos. Mas não devo ser tão arrogante a ponto de achar que tenho direito de "corrigir" quem é.  Pelo contrário, devemos falar a verdade com intenção amorosa (Efésios 4:15), evitando “conversas tolas ou piadas grosseiras” (Efésios 5: 4). 

Certamente, devemos falar de tal maneira que o ouvinte entenderá nossa motivação. E nunca devemos ser maliciosos ou cruéis conforme Jesus nos advertiu em Mateus 5:22 contra palavras tão duras e desamorosas: Nossas palavras devem ser úteis e edificantes, mesmo que sejam desconfortáveis ​​para o ouvinte.   Em outras palavras, devemos sempre ser atenciosos com os outros, tratando-os da maneira nós gostaríamos de ser tratados. Isso inclui a maneira como falamos com eles. 

Em última análise, sei que as vezes, você pode ficar tentado a fazer uma observação em particular simplesmente para mostrar aos outros como você é "inteligente", mas faça isso   considerando como isso fará a outra pessoa se sentir, mas faça sem pretexto do sarcasmo.  Porque a maioria das pessoas sarcásticas pensam que essa atitude é a única maneira de ensinar uma lição, mas desconhecem que essa é a forma mais baixa de inteligência, já que não exige nenhum investimento mental ou engenhosidade...

Concluo dizendo às “mentes sensíveis” que antes de um diálogo genuíno com o próximo, precisamos remover cirurgicamente a hipocrisia, e que todos nós devemos seguir a admoestação de Cristo em Lucas 6:31:

“E como você gostaria que os homens fizessem a você, você também a eles da mesma forma.”





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tom caet