12/05/2019

Proverbios 16:18 - O orgulho pode destruir sua vida




Realmente, as vezes não vemos orgulho em nós mesmos, e não vemos o quanto ele pode afetar facilmente a nossa vida e, subsequentemente, a dos outros. Porque acreditamos que estamos sempre certos. E isso dificulta a manutenção de relacionamentos íntimos, afinal, ninguém gosta de estar com um sabe-tudo. Além do mais, o orgulhoso sempre procura nos outros as falhas como uma maneira de esconder seus próprios defeitos e isso os impede de reconhecer suas vulnerabilidades, algo que é frequentemente impulsionado pela falta de autoestima e vergonha. Obviamente, esse orgulho causado pela vergonha nos deixa desconfortáveis ​​demais para dizer: “Sinto muito, eu estava errado, cometi um erro”, “me enganei” ...

Pela graça de Deus, sou um terapeuta cristão e infelizmente tenho visto na política, educação e religião, Líderes, membros, funcionários, professores, ministérios e organizações afetadas negativamente pelo orgulho.  Também percebo que a maioria tem certo medo de que sua posição seja ameaçada se acaso os outros amadureçam e se desenvolvam igualmente. 

Biblicamente, vemos o orgulhoso em oposição a tudo, inclusive a Deus que se opõe a quem o é (1 Pedro 5: 5), destrói a sua casa (Provérbios 15:25) e mantém distância dele (Salmos 138: 6).  Certamente, nós gostamos de criticar os outros como uma defesa contra o reconhecimento de nossas próprias falhas.  

Para a ciência as emoções como orgulho, vergonha, culpa e constrangimento são conhecidas como emoções autoconscientes que requerem consciência social, ou seja, são culturalmente derivadas e universalmente reconhecidas, o que em oposição às emoções primárias: cordialidade, modéstia, alegria..., parecem estar gravados e provavelmente evoluídos para algum propósito social, como manter o status, por exemplo. Então, seria o orgulho uma espada de dois gumes?

Curiosamente, ambos os tipos   parecem compartilhar a mesma expressão, implicando que eles são facetas da mesma emoção, em vez de duas emoções distintas. Mas para uns o orgulho simultaneamente pode ser mal necessário, e para outros uma bênção desnecessária. Entretanto, para compreender essa desigualdade emocional que não é só dos humanos, vai depender do grau de narcisismo e às dificuldades associadas a ela.  Outra grande questão aqui é: já que o orgulho é universal ou culturalmente prescrito, seria ele um mal ou uma bênção? 

Infelizmente, uma das dificuldades com para entender o orgulho é a falta de boas medidas. Embora, recentemente, estudos acerca da expressão do orgulho tenham identificados emoções faciais universais, tipo: felicidade, surpresa, tristeza, medo, raiva e nojo. Mesmo assim, continua evidente que o orgulho é um enigma. 

Acontece que a maioria das pessoas que experimentam o primeiro tipo (bênção) creditam seu comportamento para um sucesso duramente conquistado em si próprio, se auto creditando. De modo geral, os orgulhosos sequer pensam em desenvolvimento social. Muitos em vez de se verem como servos uns dos outros para ajudar a desenvolvê-los, só os querem para servi-lo e seguir “sua visão”.

Outros em particular que seguem o místico Evangelho, veem como mal. Porque o orgulho não nos encoraja a ter prazer em sucessos passageiros, onde Deus de acordo com Sua palavra, abate e afirma que “o orgulho vem antes da destruição e um espírito arrogante antes da queda” (Provérbios 16:18).

Há também os que vê no orgulho um aspecto saudável; algo positivo como um sentimento de que você respeita a si mesmo e merece ser respeitado pelos outros, mas há os que tem uma autoestima desordenada e ignoram que nele também há um sentimento de que você é mais importante ou melhor do que outras pessoas.

Aparentemente ser orgulhoso até parece ser um conceito comum, mas não é tão saudável, pelo contrário, é um estado aparentemente destrutivo, orientado para a realização pessoal, pois promove status rapidamente para obter a admiração, ou seja, promove o status social de uma pessoa através da construção de conquista num prazo e não no gosto, decisão, desejo, anseio e respeito dos outros.

De certo modo, toda e quaisquer emoções autoconscientes, são indescritíveis, e por isso, são confusas e difíceis de estudar, imagine responder.... São difíceis porque os anseios, desejos, culpa ou constrangimento e experiências que atraem o orgulho em algumas pessoas ocorrem e em outras não. E como tudo na vida, às vezes é bom se sentir bem consigo mesmo, é preciso saber que em qualquer coisa quer seja muito ou pouco, há patologia em ambas as extremidades.

E tem mais, peremptoriamente, um orgulhoso quer competir contra o que é melhor para os outros. Suas tomadas de decisões e ações são feitas com base no conforto das suas aspirações pessoais profissionais, e quase nada nas experiencias dos outros, idade e tempo em geral.  Inclusive, muitos mascaram seu orgulho na terminologia espiritual e na expressão de boas obras no caso das religiões.  Como disse Agostinho, "Todos os outros vícios estão incrustados no mal, mas a vaidade se expressa em boas obras". Portanto, quanto mais alguém afirma por ter se formado na melhor faculdade e ter vencido por suas próprias realizações na vida. Ou se orgulhar de ser humilde, honesto, sincero e de ter fortes valores morais ou simplesmente dizer que tem orgulho de ser o que é, já demonstra sua arrogância.

Provérbios 13:10 diz que a “Arrogância leva a nada mais do que lutas”, e uma pessoa cheia de conflitos emocionais tipo o orgulho nunca será uma pessoa eficaz. Pelo contrário, em vez de causar uma submissão saudável uns aos outros, ela causa preocupação, dissensão e discórdia constantes. 

 Detalhe, não podemos confundir a autoestima (sentir-se bem) saudável com a autoimagem (cuidado) com nossas conquistas. Quando o valor está ligado às nossas realizações, ele é construído sobre uma base perspicaz de capacitação, dedicação e sensibilidade, mas dos outros (avaliação) sobre nós: o que eles veem, sabem e acham.

Em contraste, a dignidade pode viver dentro de nós, independentemente de nossos sucessos e fracassos. Não precisamos provar nada para ninguém, nem para nós mesmos. Se ao nosso redor alguma coisa falhar, isso não significa que somos um fracasso. Até poderemos sentir-nos tristes, mas podemos senti-nos bem sabendo que fizemos o melhor possível. E até alcançar a dignidade, uma conexão divina, independentemente do resultado.

Portanto, não permitamos que o orgulho defina quem somos. Se muita da nossa atenção for para realizar coisas maiores e melhores a fim de nos sentirmos bem, então nos tornaremos viciados em   ingratidão. E uma vez sendo, nos colocaremos a dispor da miséria. E De acordo com o Cristianismo a miséria é gerada quando nos apegamos em confiança baseada na validação, afirmação e valorização de nós mesmos e como somos. 

Em última análise, todos nós já fomos repelidos por uma pessoa que tem uma visão inflada de si mesmo. Que fala sobre si mesmo excessivamente e raramente mostra interesse nos outros... 

À medida que a luz da dignidade divina (Jesus Cristo) brilha mais intensamente dentro de nós, percebemos que precisamos ser mais acessíveis e menos intimidantes. Nós não nos vemos como perfeitos, melhores ou piores do que qualquer outra pessoa. Apenas reconhecemos que somos todos parte da condição humana onde todos temos pontos fortes e fracos. 

Infelizmente, o orgulho é um fardo que não precisamos, mas carregamos diariamente.  Também não precisamos alcançar a “grandeza” para ter valor. Somos ótimos assim como somos. ora inclinados a buscar a excelência porque nos sentimos significativos, ora estimulantes e expansivos, para definir o que queremos e quem somos como pessoa.

Enfim, esforcemo-nos, se for possível, em entender que para nós cristãos, qualquer conquista na terra é efêmera e que tudo pode se tornar uma armadilha para o orgulho e seus afins: soberba, arrogância, ganância, altivez, egoísmo, vaidade. 

Que o Senhor gracioso e bom para nos confrontar em nosso orgulho e nos humilhar seja com Sua graça conosco.

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tom caet