19/05/2020

Romanos 13: 1-7: Bancada evangelica não, politicos sim!


Antigamente nos dias de Paulo, não havia consenso cristão ou lei constituída baseada em cristãos. Não havia teocracia judaica, como no Antigo Testamento. Porém, os princípios, inspirados pelo Espírito Santo, sempre foram aplicados aos crentes através dos tempos, mesmo vivendo sob várias formas rígidas de governo. Mas, ao contrário do que muitos podem pensar, a Bíblia nunca exigiu um modelo de governo em detrimento de outro. 

Ainda que uma democracia constitucional equilibrada nos seus poderes seja a melhor forma de governo, a Bíblia não a ordena nem proíbe outras formas de governo:

Porque Deus ordenou a autoridade do governo para o nosso bem, e devemos, portanto, estar sujeitos ele.  Romanos 13: 1-7:

Sendo assim, o governo, como tudo mais na vida, está sujeito também à lei de Deus. Pois é o Senhor quem ordena a autoridade seja ele crente ou ímpio. E na Sua Soberania, Deus pode usar um ímpio para fazer uma justa administração e pode fazer cumprir a Sua vontade. Conforme dito por Jesus a Pilatos:

“nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado” (Jo 19:11).

E as que dizem que “a igreja” precisa de representantes crentes no poder para defender a liberdade da pregação do Evangelho”. Eu diria que a igreja nunca e jamais vai precisar de representantes políticos para realizar sua função na terra.

Inclusive, foi em períodos de perseguições em que a igreja mais cresceu e não tinha qualquer representante político. Por vias de fato, tente lembrar-se de que os crentes vêm sendo perseguidos ferozmente onde muitos eram torturados e outros mortos desde e pelo império romano!

Mas ultimamente muitos crentes tem se esquecido disto e por estarem sendo   maltratados pela ganancia e insanidade de alguns governantes clamam por saídas vingativas no nome de Deus. Entretanto, a Bíblia diz em Romanos 13:1, que “toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há, foram ordenadas por Deus”. Com isso, Paulo coibiu a vingança e defendeu que tratemos com bondade aqueles que nos maltratam. Só que isso levanta as seguintes questões:

Podemos denunciar aqueles que nos maltratam para serem processados?  É errado usar a força para resistir a um agressor?

Certamente, é apropriado que o governo proteja os cidadãos cumpridores da lei e castigue os malfeitores. Mas na realidade, Paulo estava escrevendo para cristãos na época, porque o imperador expulsara os judeus de Roma alguns anos antes porque os via como perigosos (Atos 18: 2) e que eles deviam viver em amor e se dar bem em paz com todas as pessoas. Obviamente, esses judeus odiavam estar sob o domínio romano.    

Já nos tempos atuais, principalmente em tempo de eleição vemos pregadores evangélicos utilizando o nome de José de Arimateia como símbolo político da instituição igreja. Nome lembrado até pelos   candidatos não cristãos para convencer seus eleitores de que a Igreja pode e necessita de representação no congresso para a sua sobrevivência. Só que isso por demais   equivocado!

Sim, José de Arimateia foi um discípulo de Jesus e membro do Supremo Tribunal de Jerusalém - Sinédrio, que julgava de acordo com a Lei de Moisés as questões do povo judeu. Alguns o chamam de senador e que José de Arimateia era um crente na política. Inclusive ele foi voto vencido na decisão e no procedimento dos outros quanto à condenação de Jesus o máximo que conseguiu foi após a morte de Jesus dirigir-se a Pilatos e pedir o corpo de Jesus para sepultá-lo. E só!

Entretanto, quero ressaltar que a Igreja/Corpo de Cristo, de acordo com o Evangelho, não surgiu a partir de intervenção humana, não procedeu de carne ou do sangue, mas nasceu da revelação de Deus no coração do homem, e que tem como resposta a confissão de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus.

Cremos que nenhuma espada pode prevalecer contra nós; que não somos construídos de tijolo, madeira, ou CNPJ, mas de pessoas cujos corações almejam o senhorio de Cristo ainda que sob a ameaça da lei e da morte.

Portanto, não necessitamos de representação político-partidária, temos a Cristo o Cabeça (representante) e somos dEle e Ele mesmo nos edifica e nos defende: “Eu edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Não ouso dizer que Jesus precisa de uma bancada evangélica dentro de um congresso humano para defende-lo. Pedro, certa vez, até tentou defendê-lo com uma espada e ouviu um basta dele:

Você não acha que eu pedindo a meu Pai, ele não colocaria imediatamente à minha disposição, não uma legião de políticos ou de representantes clericais para me defender, mas legiões de anjos?

Mas, suponhamos que a bancada evangélica para aliviar o nosso sofrimento lute e vença algumas pautas.... ainda assim, não teriam resolvido o nosso problema. Pelo contrário, teriam arrumado um ainda maior, pois afrontariam os desígnios do próprio Deus, que propunha na morte de Cristo para a nossa redenção, isso mediante as nossas dificuldades e aflições diárias... Neste caso tais políticos sem discernimento espiritual e conhecimento do propósito estabelecido no evangelho para os cristãos, estaria prestando um desserviço ao reino de Deus.  

É evidente que para o bem de todos, incluindo os cristãos na sociedade é preciso de bons representantes que sejam honestos e competentes. Mas isto é para o bem da sociedade em geral.

Nós crentes, como cidadão da terra, não devemos ser alienados, mas agir como Corpo de Cristo, nascido e mantido unicamente pela fé em Jesus. Demos nos ater a orar ante a perseguição das   representações políticas contra as instituições denominacionais cristas que podem até vir a fechar as portas, e em alguns casos seria até bom que fechasse mesmo para o bem do Evangelho, Como clama o profeta Malaquias: “Ah, se um de vocês fechasse as portas do templo! Assim ao menos não acenderiam o fogo do meu altar inutilmente. Não tenho prazer em vocês, diz o Senhor dos Exércitos, e não aceitarei as suas ofertas”.

Mas como Deus ordenou a autoridade, devemos estar sujeitos a eles. E Paulo explica a razão por trás desse princípio: "Porque não há autoridade, exceto de Deus, e os que existem são estabelecidos por Ele. E segue concluindo: “Portanto, quem resiste à autoridade se opõe à ordenança de Deus; e aqueles que se opuserem receberão condenação sobre si mesmos.
Em suma, o que eu quero afirmar é que se Deus ordenou várias esferas de autoridade para a bênção e proteção daqueles que estão sob autoridade: seja o governo, a igreja local, a família e o emprego, quem somos nós pra contradize-lo! 


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