As Escrituras testificam a
responsabilidade e a liberdade de agir do homem experimentando-o a liberdade
para tomar decisões e executar ações no mundo; contudo, Deus sabendo sobre
nossas decisões antes do início dos tempos, nos permite tomar nossas decisões: se para o bem ou para o mal (Provérbios 16: 4)
Por isso é inegável ver o ser humano
fazer ou agir da forma que quer. Isso talvez defina a sua ideia de liberdade. Porque
acha que pode fazer suas próprias escolhas diariamente e com ou sem um
direcionamento... Porém, ao fato de Deus não ordenar que cumpramos sua vontade,
isso revela que não somos forçados a cumprir sua vontade.
Mas essa liberdade humana de agir,
as vezes desacorda com a natureza e os decretos soberanos de Deus, daí violamos
nossa liberdade de vontade divina e fazemos besteira.
Realmente temos a liberdade para
optar por obedecer a Deus ou não. E somos livres para usar isto como narrativa imediata.
Mas quando nos deparamos com as mais ilegítimas precisões, declaramos vergonhosamente
a nossa escravidão terrena, alegando necessidades materiais maiores do que as
coisas almejadas do céu. E o pior, damos o mesmo nome a esse escravagismo de
livre arbítrio.
Pessoalmente, coço a cabeça sempre
quando ouço alguém berrar que tem livre arbítrio pra fazer qualquer coisa humana
... Mas qual o real sentido do livre arbítrio
humano na Bíblia?
Antes demais nada, ao longo das
Escrituras, vemos Deus nos dar escolhas e nos convidar a escolher a maneira que
ele sabe que é melhor. Tal qual fez em Deuteronômio 30: 15-19:
Vês aqui, hoje te tenho
proposto a vida e o bem, e a morte e o mal; Porquanto te ordeno hoje que ames
ao Senhor teu Deus, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus
mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te
multipliques, e o Senhor teu Deus te abençoe na terra a qual entras a possuir. Porém
se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para
te inclinares a outros deuses, e os servires, Então eu vos declaro hoje que,
certamente, perecereis; não prolongareis os dias na terra a que vais, passando
o Jordão, para que, entrando nela, a possuas ;Os céus e a terra tomo hoje por
testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a
maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência...
Claro que, pelo contexto, sabemos
que Moisés disse isso aos israelitas. E da mesma forma que ele deixou-lhes
escolher entre a vida e a morte, conosco Deus faz a mesma coisa, só que espiritualmente.
Eu literalmente tive que acrescentar
estes versos acima a minha caminhada missionaria, e sempre quando eu me deparo
com alguma decisão a tomar, eu relembro: Escolha a vida ...
Acontece que como ser humano
falho, tenho liberdade para exercer as decisões mais comuns ou fazer as escolhas
momentosas que moldam a minha vida em vários aspectos. Entretanto, é evidente que
as uso como mera desculpa da minha parte para manter-me nesse engano
transparente de dizer que tenho liberdade de escolha. Na verdade, não tenho!
Porque como cristão, não posso
escolher agradar a Deus ou segui-lo preso as coisas deste mundo, embora tenha
liberdade para agir de acordo com minha natureza, ela é pecaminosa e é contra
Deus. Mesmo que eu realize a melhor, mais gentil ou amável ação aos outros, sou
pecador. Apesar de Deus nos dar uma nova natureza em Cristo (2 Coríntios 5:17),
a velha natureza pecaminosa ainda habita em nós. E isso tende a ser confuso
demais. Inclusive, essa foi a tensão de Paulo relatada em Romanos 7:
13-25. (leia)
Há um outro exemplo claro de que
o Senhor coloca escolhas diante de nós em Ezequiel 18, exortando-nos a escolher
segui-lo:
Se um homem é justo e faz o
que é lícito e correto ... certamente viverá, diz o Senhor DEUS ... A pessoa
que pecar morrerá ..., mas se os iníquos se afastarem de todos os seus pecados
... certamente viverão; eles não morrerão.
Perceba que Deus ao apresentar as
escolhas diante de nós, revela seus próprios sentimentos sobre o assunto a qual
nos propôs. Ele quer salvar-nos do pecado. No mais, entendo que deve ser uma
escolha difícil se desgarrar das coisas desse mundo [eu que o diga!], mas não
podemos estar acomodados como carnais a esta fala como método de fuga ou usá-la
como desculpa de ser livre ou não saber como explicar a aparente licença desse
método Divino para alcançar a liberdade pra fazer o que quer.
Repito, como crentes não podemos enganosamente
fazer uma coisa ou agir de outra forma, usando o “livre-arbítrio” ilusoriamente.
Porque ao acharmos que somos livres pra beber, fumar, mentir, roubar, fala, etc.,
criamos desconfiança, julgamos as aparências, ações e até duvidamos da palavra de
Deus. Mas Afinal, temos livre-arbítrio?
Sim. Temos! No entanto, temos
que ter mente que o desejo de nossos corações está naturalmente contra Deus e
seus caminhos. Como Gênesis 6: 5 diz: “O Senhor viu quão
grande a maldade do homem na terra se tornara, e que toda inclinação dos
pensamentos de seu coração era apenas má o tempo todo.
Tome o exemplo de Adão e Eva que escolheram
comer o fruto daquela árvore, onde experimentaram as consequências de suas ações,
pois após o pecado deles, toda a humanidade foi corrompida ( Salmo
51: 5 ; Romanos 5:19 ), isto é, temos o que a Bíblia chama de
natureza pecaminosa (Romanos 7:18 ). E o que isso significa?
Que agora estamos em uma posição
em que podemos considerar se temos "livre-arbítrio" ou não, e como
podemos utiliza-lo ou não.
Claramente, não temos o
livre-arbítrio absoluto - uma vez que os desejos de nossos corações são para o
mal, ao menos, podemos escolher por nós mesmo, querer agradar a Deus ou não. Na
verdade, podemos "escolher" nos tornar um cristão escravo, ou seja, com
amor digo isto, cativo à Palavra. Mas se formos interpreta-la ao pe da letra,
devemos ter em mente que a bíblia não é contraditória. Por exemplo:
Assim, você já não é mais escravo,
mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro. (Gl
4:7) Observe que este contexto fala sobre escravidão a Lei e não a Deus.
Não somos mais escravos da Lei, temos o direito e o privilégio de sermos
chamados de filhos de Deus. Isto não exclui que somos escravos da vontade de
Deus que é ter-nos no céu com Ele. Entende?
Note que neste outro exemplo,
não há contradição, mas um complemento: “já não os chamo servos,
porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho
chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei
conhecido. (Jo 15:15)
Mas afinal qual o sentido em
dizer que Cristo é nosso Senhor e Rei se não somos escravos dele?
Contudo, Se a Bíblia declara que
somos escravos, então, somos escravos! E ainda que digam ou discordem que não
somos escravos, somos livres, filhos, amigos..., não é pelo livre-arbítrio que podemos
escolher ser ou não de Cristo? Negar isso que é contraditório!
Mas concordo em dizer que pelo
livre arbítrio não só nos escravizamos a Cristo, mas voluntariamente e pela
graça de Deus escolhemos servi-lo. Porque
todos somos naturalmente escravizados e mortos diariamente pelos vícios e
enganos. E nesse sentido, não, não temos livre-arbítrio e sim liberdade pra
andar nas trevas, porque nossas ações são más (João 3:19).
Pra concluir, não sabemos o que
faremos ao longo de toda a nossa vida futura. Então como é possível que algumas
das nossas escolhas sejam livres?
Em primeiro lugar, não é preciso
supor a existência de Deus para pôr o livre-arbítrio em questão. a Igreja/Corpo
de Cristo, de acordo com o Evangelho, não surge a partir de intervenção humana,
não procede de carne ou sangue, mas nasce da revelação de Deus no coração do
homem, e que tem como resposta a confissão de que Jesus é o Cristo, o Filho de
Deus.
Em segundo lugar parem com o
determinismo filosófico religioso de configurar o livre-arbítrio com a vontade
do universo que chamando Deus de tempo ou de energia. Se o universo for
determinista, não temos uma vontade livre. Isso é incompatível com O evangelho.
Em terceiro lugar, a vida é feita de
escolhas cuja as nossas ações não dependem só de nós. Mas do Espirito Santo
de Deus. Isso significa que, em cada momento de falha, teremos Ele intercedendo
a Deus, assim, receberemos ao modo Dele a repreensão e a correção devida.
Seja como for, a sua concepção sobre
livre arbítrio, liberte-se dos desejos da carne. Não podemos deixar de crer que
temos o poder de escolher servir a Deus em seus propósitos. Mesmo que no
passado remoto você por fraqueza tenha escolhido beber, fumar, mentir, enfim, volte
atrás e escolha a salvação. Escolha o caminho do bolo em vez do caminho da fruta!
Reflita!
