Amai-vos uns aos outros, como EU vos
amei
A Bíblia ensina que amar é um dos
maiores mandamentos de Deus. temos a seguinte passagem de João (4.20) como uma
das provas:
"Se alguém diz: eu amo a Deus,
porém odiar a seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê,
não pode amar a Deus, a quem não vê".
Observe que esse poderoso amor que vem
de Deus até nós, agora precisa ser compartilhado com próximo, entenda:
"Porque tive fome, e
destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e
hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive
na prisão, e foste me ver. Então os justos lhe responderam, dizendo: Senhor,
quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de
beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E
quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo, lhes
dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos
irmãos, a mim o fizestes. (Mt 25.35-40). Sendo assim, vemos em Lucas 17.20-21
a seguinte passagem de Cristo: “o Reino de Deus está dentro de vós”.
Infelizmente, também vemos muitos
ditos cristãos atolados no misticismo filosófico. Teológico e cinético, e
poucos no Espirito de discernimento. Ou seja, a maioria diz ser conhecedores, sábios
ouvintes e que falam eloquentemente com Deus. Amém! Mas é de qualquer modo?
.... se
Deus fala a qualquer um e de qualquer modo com eles, porque quando o problema é
com o corpo e com a mente, sentimos uma sensação concreta de que eles estão em colapso
espiritual?
Parto do pressuposto que eles ignoram
o real sentido dos 2 Mandamentos dados por Jesus; sim, são 2 mandamentos que
Jesus - em substituição aos 10 Mandamentos de Moisés - nos deu que São:
“Amarás o Senhor teu Deus, de todo o
teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu espírito (Dt 6.5)”; Amem-se
uns aos outros. Como EU (Jesus) os amei, vocês devem amar-se uns aos
outros." João 13:34. Será que suas vidas estão
ou são realmente pautadas na ética do Amor?
Na verdade, o verdadeiro cristão vive num
amor triplo que ocorre simultaneamente. Ou seja, ama a Deus, ao mesmo tempo ao
próximo e a si mesmo. Pera aí!
Isto quer dizer que a pessoa deve
aprender a se valorizar, se respeitar e se aceitar para, então, poder
valorizar, respeitar e aceitar o outro?
Simmmmmmm.
Como cristão missionário e capelão psicoterapeuta,
tenho dito que todo conselho bom deve fazer eco a quem tem bom senso. Mas que a
nossa crença cristã não deixe de mostrar a todos que somos feitos de carne e
osso, porém, à imagem de Deus. E que usemos cautelosamente a palavra, pois ela tem
poder.
Acontece que, infelizmente, também ouço
da boca do pseudocristão, muitas vezes, e de maneira sutil, “rótulos” que
distinguem certas coisas, deficiências, transtornos, cargos, ministérios, pessoas
e religiões.... Tal rotulagem tem se tornado algo complicado nas igrejas e
principalmente nas redes sociais, quando lidamos com tipos diferentes de
pessoas.
Por exemplo, vemos muitos a citar
versos bíblicos, mas que curtem vídeos ou seguem pessoas que desumanizam as outras
chamando-as pelas suas respectivas doenças ou transtornos. Por exemplo, quem
tem autismo como autista ou “esquizofrênica” quem sofre de esquizofrenia. Isso causa-nos
a impressão de que querem reduzi-las ao seu transtorno e não a sua potencialidade,
capacidade e/ou espiritualidade.
Como crentes, temos que a prender que
rotular o próximo dá poder a uma sociedade servida de marcadores identitários que
muitas vezes são usados por uma política sociocultural satanista e
preconceituosamente diabólica. Embora alguns dirão:
... “mas eu como cristão, é claro que não
rotulo e de forma alguma, tenho preconceito...”.
Vou tentar exemplificar que rotula
sim. Explico:
Em primeiro lugar, a maioria de nós, os
crentes, já sofremos de várias formas com os xingamentos, bullying nas escolas,
nas redes sociais, entre outros modos, algo facilmente reconhecidos. Fora aqueles
rótulos mais sutis que predominam explicita e implicitamente o preconceito
dentro das próprias igrejas, algo incompatível com a Ética Cristã.
Em segundo lugar, quando o crente traz
em si alguma deficiência, rotula os outros geralmente quando sentem pena, daí
as tratam como se eles só sofressem.... Obs.: já que temos que usar da piedade,
da caridade, que não seja de forma subjugadora. Pois, “subjugar o outro a
inferioridade contraria o amor de Jesus – que não sentia pena, apenas agia com compaixão,
solidariedade, ajuda, cuidado e principalmente, servia ao próximo.
Em terceiro lugar, se quisermos ser cristãos
verdadeiros, devemos agir como Cristo e abolir esse mal comportamento de rotular
as “deficiências” do outro. Devemos parar de sentir pena, imitar ou olhar a
estereotipia motora das mãos, dos braços, do grito, ou reclamar de uma simples birra.
Devemos por fim a essas atitudes, pois dão o sentido de reprovação e não de
ajuda, acolhimento ou aceitação.
Enfim, em grande parte, muitas deficiências e transtornos, vem de
uma invariabilidade genética, que são fundamentais para a sobrevivência de qualquer
espécie. A variabilidade, a diferenciação, a diversidade são, portanto,
essenciais à VIDA humana e não uma maldição ou castigo espiritual como muitos pensam
acerca de uma deficiência. Pelo contrário,
perguntaram a Jesus em João 9:2-3: “... quem pecou, este ou seus
pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas
foi para que nele se manifestem as obras de Deus.”
Cabe-nos entender que as nossas limitações são temporárias. Os deficientes serão curados:
“Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos
surdos se desimpedirão. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo
cantará de alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.” Isaías
35:5-6:
Em suma, consideremos que o rótulo e o
preconceito se dão pela exclusão dos portadores de deficiência ou transtornos nos
devidos espaços públicos tais como parques, cinemas e, principalmente, das
igrejas. Certamente, considerem também que esses espaços não estão preparados
para as receberem, acolhe-las. Ressalto que não estou falando dos pastores e
obviamente de toda a comunidade que as compõe são inaptos ou omissos. Falo da
estrutura física do local, do tipo da acústica, do corrimão, da falta de cadeiras
para obesos, das rampas, dos banheiros, do estacionamento... Então?
Vamos continuar a fingir que vivemos
uma “santidade” com pratica baseada somente nos próprios olhares? Ou vamos considerar
e espalhar os verdadeiros valores cristãos e pôr em práticas os ensinamentos
oriundos de cristo?
Reflita!