Irmãos,
Imaginem os olhares estranhos que os discípulos devem ter dado uns aos outros quando Jesus anunciou essa decisão: que a forma mais lógica para chegar à Galileia era atravessar Samaria!
É que eles não entendiam que Jesus não veio apenas para salvar os judeus, mas a todos. Felizmente, Jesus não era como a maioria dos judeus e nem sempre seguiu os costumes de sua época. Jesus sabia que, por vezes, os nossos costumes e preconceitos pode nos impedir de ver as pessoas da maneira que Deus quer que nós a vejamos: como seres humanos individuais, digno de carinho, amor e respeito.
Em Filipenses 2:07, nos diz que Jesus "desistiu de seus privilégios divinos", quando entrou no mundo como um ser humano. Ele escolheu ser como nós em todos os sentidos. Quanto a seus milagres, em todos os casos foram realizadas para atender às necessidades dos outros e não a sua - e sempre para provar que Ele era o Cristo.
Lembram sobre a conversa entre Jesus e uma samaritana? Foi apenas um encontro simples entre seres humanos. Jesus sabia que ela tinha uma vida de pecado, mas Ele não apontou o dedo para ela. Ele tinha algo mais importante em mente. Ele queria apresentá-la ao Deus vivo.
Ninguém foi curado de nada, não houve demônios sendo expulsos, nem pães ou peixes apareceram do nada, ninguém andou sobre a água. Ele usou algo muito comum que tanto ele como ela estava pensando naquela tarde quente: água! Água, primeiro física, e água espiritual- o tipo de água viva para a vida eterna! O tipo de água que só Deus pode dar.
Foi um encontro em que Jesus não quebrou apenas um tabu, mas dois inevitavelmente. O primeiro dizia que os judeus não deveriam ter nada a ver com os samaritanos. E ainda mais chocante foi o fato de que Jesus, um homem, estava falando com uma mulher que não era um parente, e que eles estavam sozinhos! Por causa de diferenças históricas e religiosas, os judeus do tempo de Jesus desprezavam os samaritanos. Os samaritanos eram pessoas que viviam em Israel por centenas de anos, mas, ao contrário de Jesus e seus discípulos, eles não eram completamente judaicos. Eles eram o que se chamava: "raça mista".
A história diz que o encontro de Jesus com a mulher no poço de Jacó foi ao torno de meio-dia, cerca de um quilômetro a partir de sua aldeia. Isso é muito para uma mulher caminhar carregando uma carga pesada no calor.
Afinal, Jesus estava apenas pedindo a uma senhora um copo de água; não é grande coisa, certo? Mas, na cultura da época, era uma ação inédita... Impensável... Escandalosa!
Será que alguém gosta de ler João 3:17 ? "Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo através dele." Sem julgar a mulher, Jesus queria chamar a atenção para o seu pecado. Ele queria desafiá-la a enfrentá-lo honestamente. Depois disso, Ele lhe disse claramente que Ele era o Messias. Talvez Jesus quisesse faze-la confrontar seus próprios preconceitos - para ver que a cidade, a vida não era diferente de outras - cheias de pessoas comuns que precisavam de Deus.
A resposta é que hoje, talvez alguns discípulos [crentes], nunca tenham estado em uma cidade, situação, diferente da que vive no momento. E que deveria se lembrar da parábola contada por Jesus cujo Bom Samaritano teve mais compaixão para com o homem que tinha sido assaltado e espancado do que esses judeus [crentes] hipócritas que passam por ele. Esses fariseus, cheios de superioridade e de orgulho teológico, que perseguem o evangelho de Jesus e os servos como a um demônio!
Este é o nosso grande desafio:
Praticar o amor que Jesus ensinou. Um amor que se importa, aceita, encoraja e fortalece. Que vê a necessidade do próximo, que os enche de compaixão, que cuidemos das feridas e paguemos os custos. Este é o amor de Cristo: amar o inimigo, bendizer o que maldizer e abençoar o que amaldiçoar. Chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram. Sejamos como o samaritano.
