18/01/2013

“decidir” e “escolher”

Irmãos,


  Na evangelização é importante o uso de símbolos da própria cultura do evangelizado. Dizem que um missionário pregando no Alto Xingu para os índios, ao pregar sobre Daniel na cova dos leões, ele ensinava “Daniel na cova das onças” [eles não conhecem leão].
Essas figuras de linguagem  são necessárias para ilustrar verdades divinas e profundas em outras culturas. Só que infelizmente algum impregnado de egoísmo teológico ou tradição vem se colocando em posição superior aos ensinamentos bíblicos. Gerando a falsa premissa de “Pra que mudar de opinião? Eu sempre entendi dessa forma”.

Não sei se precisamos escutar estas palavras na boca de alguns cristãos, especialmente porque ela nos apresenta a realidade de um erro cometido [falta de estudo] bem como a condenação de quem estudou de fato.

Entendo que esses desavisados sabem pouco da diferença que existe em ter, ser estar e viver com Cristo. Digo que muitos mais vivem numa época marcada pela negação ou fuga da culpa, do que procurar entender a verdade bíblica que é um grande desafio terreno. Porém, muitos desses crentes acreditam que ao próprio entendimento, possuem condições para salvar a si próprio ou que colaborando com a obra de Deus tem autoridade [unção] para pregar “poder”, “riqueza” e teologia, como se isso fosse o suficiente. Esse pensamento é abominável (Rm 3.9-12; Ef 2.8-10); não há qualquer coisa que o ser humano possa fazer por si mesmo que o justifique diante de Deus (Rm 3.9-12).

O que quero dizer é que sem Cristo, por nós mesmos, atos ou intenções, não somos aceitos por Deus. Paulo diz em Efésios 2.1-9 que, sem Jesus, estamos mortos em nossos delitos e pecado, encarcerados a uma condição espiritual separada de Deus. Vivos no corpo, mortos no espírito.

Eles não veem que tem agido como uma criança que ainda necessita receber comida com ajuda e bem amassada. "Por ser um assunto difícil, inevitavelmente haverá discussões". Só que a falsa humildade leva algumas pessoas a alegar que “todo assunto que gere discussões deve ser evitado”. O tal indivíduo que toma essa atitude demonstra imaturidade e mediocridade espiritual. Entretanto, espero que ao longo do tempo ele comece a requerer essa responsabilidade para si, querer se manter com uma atitude infantil, quando na verdade já deveria ter uma atitude adulta (Hb 5.11-14).

Que isso gere resistência dentre os “irmãos”: discussões, brigas e até divisões de pensamentos com distanciamento. Mas que não despreze o irmão e deixe-o pregar o Evangelho. Por causa de algumas denominações que omitem ou censuram de maneira dissimulada aqueles que discernem diferentes, causam desgastes na imagem da “igreja de Cristo e não do ímpio. Os que não veem que tem aparência de arrogância procure verificar se só tomam posição teológica, pois isso é considerado altivez, porfia. Para evitar esse tipo de rótulo, muitos deveriam se firmar primeiro na posição de santidade para firmarem em seguida na teológica. Porque a teologia é relativista, e se adapta às circunstâncias.

Tristemente presenciamos essa atitude em pessoas que se esquivam das responsabilidades cristãs diariamente, quando tentam tornar o evangelho algo aceitável e agradável aos incrédulos, contrariando as Escrituras (Mt 10.32-39; Lc 12.51-53; Jo 15.18-21; 2Tm 4.1-5).

O falso entendimento leva ao falso entendimento das demais doutrinas cristãs. Aquele que crê na soberania de Deus compreende que a salvação pertence ao Senhor (Jn 2.9) e que apenas podemos cooperar para que isso se torne realidade na vida de alguém. Basta mostrarmos através dos frutos da conversão em Cristo que possuindo a liberdade de escolher Deus, estamos à mercê da Sua decisão, crendo no ensino das Escrituras [A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há senão ele]. (Dn 4.35); o controle absoluto de Deus deixa Seus eleitos debaixo de uma confiança inigualável, visto que Deus é Soberano para salvar bem como para preservar os escolhidos (Jo 10.27-29; Rm 9.15-16, 22-24); Porque Ele nos dá a absoluta segurança de salvação e não os pastores ou igrejas. Enfim, a Escritura deve ser reconhecida como totalmente inspirada, tendo todos os seus ensinamentos o objetivo de dar maturidade aos filhos de Deus (Sl 19.7-11; 119; 2Tm 3.16-17).

Não há nada que o crente possa fazer que saia do controle divino. Portanto, ”... a fé em Cristo é o único caminho para salvação, e é Deus quem escolhe a quem concede fé e arrependimento, segue-se que é Ele quem escolhe aqueles que recebem a salvação, e não os próprios indivíduos [nós mesmos]. Pois ninguém sob o domínio do pecado pode simplesmente “decidir” ficar livre dele sem a intervenção divina, e nem a pessoa que “escolhe” ficar liberta sem que tenha uma intercessão”.

A salvação é totalmente de Deus, de modo que ninguém pode se orgulhar de suas obras ou mesmo de seu “bom senso” no que tem “escolhido e crido” (João 15.16; Efésios 2.8). Mesmo após alguém haver “aceitado” Jesus, é Deus quem efetua tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele (Filipenses 2.13).
Fomos justificados em Cristo e por Cristo (Rm 3.21-26; 2 Co 5.21). Por meio de Cristo fomos reconciliados com Deus. Por isso, vivamos a nossa salvação em Cristo como a certeza de que, agora e para todo o sempre, teremos acesso a Graça Deus (Hb 10.19-23; Rm 5.1,2). Hoje podemos ter um relacionamento íntimo e pessoal com Ele, sem nenhum empecilho ou limitações. Já não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo (Rm 8.1).

E não permita que a remissão do pecado que muda a nossa história pessoal e de alguém “caia na rotina”, pois é por assim [arrependimento de pecado] que chegamos a Jesus, que nos tornou  livres da culpa do pecado e da separação de Deus pela graça então agradeça a Jesus por sua salvação. É Nele e por Ele...

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