Tenta imaginar uma mãe pássaro com medo de empurrar o seu filhote para fora do ninho, porque acha que ele poderá cair e se machucar. Agora pense: como esse pequeno pássaro poderá aprender a voar deitado no conforto do seu ninho?
Que o percurso da vida bate duramente
na gente e nos deixa arriados no meio do caminho, todos sabemos. Mas será que
sabemos que estamos aqui para tentar e tentar de novo e de novo?
Infelizmente todos têm perdas,
problemas, quer sejam graves, quer superáveis, porém existe a síndrome do
coitadinho - “SDC” (grifo meu) que geralmente fazem com que alguns tratem os
problemas como se eles fossem infinitos. Infelizmente também, quase sempre esse
comportamento encontra respaldo defensivo em alguém para dizer: Deixa- o coitado!
Ele é assim por isso... Um protetor para concordar com ele e discordar de você.
Alguém que em algum momento na vida errou e de alguma forma acaba fortalecendo essa
síndrome passando a mão na cabeça dele, ou seja, protegendo e poupando-o, mas
de quê?
Já que o coitadinho vive
conscientemente em surdina sugando o trabalho - a boa vontade do outro que aflitamente
quer ajudar dando palpites, mas recebe deles ataques ofensivos... Se contrariados
o mostra que têm força para gritar, reclamar, bater ou murmurar. Se amparados,
são os primeiros a apontarem para erros alheios. Culpam altivamente e sem
piedade quem se opõe a eles cuja maioria gosta de ser apreciado por isso... O
coitadinho vive stand by esperando o que muitas vezes nem eles mesmos sabem o que
é. E você conhece algum “coitadinho”? Alguém
que nunca pode fazer nada? Que com desculpas de tempo, trabalho, ordem superior
(espiritual), vê tudo difícil e complicado, e nem tenta esconder o marasmo, desanimo?
O Coitadinho costuma produzir pouco e tem
pouca criatividade na vida. E além de
promoverem intolerância com os de fora, são incapazes de dialogar civilizadamente,
sem atacar o bom senso moral e ético para acobertar sua falácia. É tanta frouxidão
que incomoda quem está de fora, de cima, do lado. ... Oh vida, oh céus... Enfim, são muitas dessas más qualificações que
fazem parte da rotina de um coitadinho que hoje diz seguir a fé cristã.
Sabidamente, todos nós erramos
pelo menos duas vezes ao dia em tudo o que fazemos, mas não podemos usar os erros,
medos, decepções e frustrações passada como desculpa– estou doente, estou
cansado, estou morrendo, ou seja, viver buscando justificativas para mudar...
Esse é um grande erro!
É errando diariamente, que
ganharemos tempo para orar, ler, crer, perdoar, reconhecer, deixar a lamentação. Caso contrário, isso nos fará ignorante, incompreendido
e impertinente, inconsequente já que “a vida é nossa” e dela cuido eu. Mas a
pergunta que não quer calar é: como está a sua vida cristã agora? Achou que com
você seria diferente porque ora mais, busca mais, jejua mais, paga mais...? Como
filhos de Deus não seria distinto, pelo contrário é aí que a gente sofre mais
ainda. A diferença é que sendo, nós sobreviveremos a tudo... Nós temos
sobrevivido... Portanto, pare de deslocar as responsabilidades no que for. Sejamos
responsáveis pelo que decidimos e pelo que fazemos e pelo que tentamos assumir ser.
E não joguemos sorrateiramente
para cima dos outros as nossas frustrações como desculpas ao vento. Não deu e
pronto! Parte pra outra! Chega de viver sem esforço, como um coitadinho que
nada faz e tudo quer ter. Saibam que é no embate diário que
a gente aprende, se fortalece e fica esperto na dor, decepção ou queda.
Se você reconhece que é um
coitadinho, precisa experimentar o além da fronteira, de quebrar-a-cara, do tentar
de novo. É isso que falta aos coitadinhos: coragem pra sair do local que costumam
reinar cheios de vontade imaturamente: do ninho, do entendimento, do conhecimento,
da cama, da zona de conforto. Quem não se encoraja e experimenta bons sentimentos
com o próximo, por exemplo, nunca terá um bom relacionamento e nem sequer terá uma
vida aceitável com o grupo em que vive. Será um doente social.
E se caso não seja um coitadinho,
mas convive com um, faça o perceber que o mundo é mais do que quatro paredes ou
um só entendimento. Mostre que espiritualmente, o coitadinho tem um ser que
entende suas dificuldades e como ele, teve uma história de vida na terra curta
e sofrida e nem por isso murmurou, ou desistiu e sequer se desculpou pela falta
de benefício, dinheiro, emprego, filhos, etc. falo de Jesus Cristo, que não se
fez de coitadinho e nunca foi incapaz.
Assim como Ele, devemos evitar no
meio do sofrimento, prosseguir na crença de que não podemos, não conseguimos. E
evitar a falsa percepção de que também não precisamos tentar por si mesmo. Devemos
ser como Deus deseja que sejamos, sem desculpas, choramingo ou desistência,
pois o Senhor Jesus nos empurra para fora do ninho. Ele voa junto e orienta na
direção certa. E nos sustenta sem pena nas angustias que passamos.
Foi assim com Paulo que mostrou
seu desejo de ver Timóteo e disse que todos, exceto Lucas, foram embora
(4:9-11, 21). Alguns foram pregar em outros lugares (4:10-12). Outros o abandonaram
na sua hora de aflição (4:10,16). Antes, ele chamou Demas de
"cooperador" (Filemom 24), mas agora, vê que os interesses dele são
do "presente século" e não das coisas do Senhor (veja 2 Timóteo 2:4).
Alexandre resistiu fortemente à palavra que pregava (4:14-15). Mesmo assim, ele
não desfaleceu, porque o Senhor permaneceu fiel (4:17-18).
Se o nosso foco for o Senhor e a
sua palavra, o trabalho do evangelho sempre continuará independentemente do “coitadinho”
que escreveu ou leu este texto.