11/07/2014

“SDC” (síndrome do coitadinho)


Tenta imaginar uma mãe pássaro com medo de empurrar o seu filhote para fora do ninho, porque acha que ele poderá cair e se machucar. Agora pense: como esse pequeno pássaro poderá aprender a voar deitado no conforto do seu ninho?


Que o percurso da vida bate duramente na gente e nos deixa arriados no meio do caminho, todos sabemos. Mas será que sabemos que estamos aqui para tentar e tentar de novo e de novo?

Infelizmente todos têm perdas, problemas, quer sejam graves, quer superáveis, porém existe a síndrome do coitadinho - “SDC” (grifo meu) que geralmente fazem com que alguns tratem os problemas como se eles fossem infinitos. Infelizmente também, quase sempre esse comportamento encontra respaldo defensivo em alguém para dizer: Deixa- o coitado! Ele é assim por isso... Um protetor para concordar com ele e discordar de você. Alguém que em algum momento na vida errou e de alguma forma acaba fortalecendo essa síndrome passando a mão na cabeça dele, ou seja, protegendo e poupando-o, mas de quê?   

Já que o coitadinho vive conscientemente em surdina sugando o trabalho - a boa vontade do outro que aflitamente quer ajudar dando palpites, mas recebe deles ataques ofensivos... Se contrariados o mostra que têm força para gritar, reclamar, bater ou murmurar. Se amparados, são os primeiros a apontarem para erros alheios. Culpam altivamente e sem piedade quem se opõe a eles cuja maioria gosta de ser apreciado por isso... O coitadinho vive stand by esperando o que muitas vezes nem eles mesmos sabem o que é.  E você conhece algum “coitadinho”? Alguém que nunca pode fazer nada? Que com desculpas de tempo, trabalho, ordem superior (espiritual), vê tudo difícil e complicado, e nem tenta esconder o marasmo, desanimo?

 O Coitadinho costuma produzir pouco e tem pouca criatividade na vida.  E além de promoverem intolerância com os de fora, são incapazes de dialogar civilizadamente, sem atacar o bom senso moral e ético para acobertar sua falácia. É tanta frouxidão que incomoda quem está de fora, de cima, do lado. ... Oh vida, oh céus...  Enfim, são muitas dessas más qualificações que fazem parte da rotina de um coitadinho que hoje diz seguir a fé cristã.

Sabidamente, todos nós erramos pelo menos duas vezes ao dia em tudo o que fazemos, mas não podemos usar os erros, medos, decepções e frustrações passada como desculpa– estou doente, estou cansado, estou morrendo, ou seja, viver buscando justificativas para mudar... Esse é um grande erro!
É errando diariamente, que ganharemos tempo para orar, ler, crer, perdoar, reconhecer, deixar  a lamentação.  Caso contrário, isso nos fará ignorante, incompreendido e impertinente, inconsequente já que “a vida é nossa” e dela cuido eu. Mas a pergunta que não quer calar é: como está a sua vida cristã agora? Achou que com você seria diferente porque ora mais, busca mais, jejua mais, paga mais...? Como filhos de Deus não seria distinto, pelo contrário é aí que a gente sofre mais ainda. A diferença é que sendo, nós sobreviveremos a tudo... Nós temos sobrevivido... Portanto, pare de deslocar as responsabilidades no que for. Sejamos responsáveis pelo que decidimos e pelo que fazemos e pelo que tentamos assumir ser. 

E não joguemos sorrateiramente para cima dos outros as nossas frustrações como desculpas ao vento. Não deu e pronto! Parte pra outra! Chega de viver sem esforço, como um coitadinho que nada faz e tudo quer ter.  Saibam que é no embate diário que a gente aprende, se fortalece e fica esperto na dor, decepção ou queda.

Se você reconhece que é um coitadinho, precisa experimentar o além da fronteira, de quebrar-a-cara, do tentar de novo. É isso que falta aos coitadinhos: coragem pra sair do local que costumam reinar cheios de vontade imaturamente: do ninho, do entendimento, do conhecimento, da cama, da zona de conforto. Quem não se encoraja e experimenta bons sentimentos com o próximo, por exemplo, nunca terá um bom relacionamento e nem sequer terá uma vida aceitável com o grupo em que vive. Será um doente social. 

E se caso não seja um coitadinho, mas convive com um, faça o perceber que o mundo é mais do que quatro paredes ou um só entendimento. Mostre que espiritualmente, o coitadinho tem um ser que entende suas dificuldades e como ele, teve uma história de vida na terra curta e sofrida e nem por isso murmurou, ou desistiu e sequer se desculpou pela falta de benefício, dinheiro, emprego, filhos, etc. falo de Jesus Cristo, que não se fez  de coitadinho e nunca foi incapaz. 

Assim como Ele, devemos evitar no meio do sofrimento, prosseguir na crença de que não podemos, não conseguimos. E evitar a falsa percepção de que também não precisamos tentar por si mesmo. Devemos ser como Deus deseja que sejamos, sem desculpas, choramingo ou desistência, pois o Senhor Jesus nos empurra para fora do ninho. Ele voa junto e orienta na direção certa. E nos sustenta sem pena nas angustias que passamos.

Foi assim com Paulo que mostrou seu desejo de ver Timóteo e disse que todos, exceto Lucas, foram embora (4:9-11, 21). Alguns foram pregar em outros lugares (4:10-12). Outros o abandonaram na sua hora de aflição (4:10,16). Antes, ele chamou Demas de "cooperador" (Filemom 24), mas agora, vê que os interesses dele são do "presente século" e não das coisas do Senhor (veja 2 Timóteo 2:4). Alexandre resistiu fortemente à palavra que pregava (4:14-15). Mesmo assim, ele não desfaleceu, porque o Senhor permaneceu fiel (4:17-18). 

Se o nosso foco for o Senhor e a sua palavra, o trabalho do evangelho sempre continuará independentemente do “coitadinho” que escreveu ou leu este texto.

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tom caet