Uma das formas mais comuns de uma
pessoa, principalmente adolescente, iniciar a experimentação de drogas é por
influência de amigos e colegas que já estão fazendo uso delas. Isto não
significa, no entanto, que para manter a amizade seja necessário adotar esses
mesmos comportamentos, especialmente quando se tem conhecimento de que eles são
perigosos.
Em todos os grupos sociais
existem aqueles que tomam atitudes extremamente arriscadas e aqueles que
decidem ter uma vida mais saudável. No caso do uso de drogas, este último grupo
constitui a maioria. Assim, optar por não fazer uso de drogas significa estar
de acordo com um número maior de companheiros e amigos.
É frequente que aqueles que estão
experimentando drogas procurem exercer influência sobre os colegas, seja por estar
percebendo apenas o lado prazeroso deste comportamento, sem se dar conta dos efeitos
nocivos do mesmo, seja para aumentar seu grupo de cúmplices, diminuindo a
possibilidade de serem criticados ou até denunciados para os adultos.
Desta
forma, é muito importante aprender a resistir. Em primeiro lugar percebendo
que, se há algumas razões para seguir os usuários, como a amizade, o prazer que
eles dizem sentir ou certo desejo de matar a curiosidade, existe um número
muito maior de razões para não fazê-lo: ter uma mente lúcida e consciente,
manter a confiança e o bem-estar da família, desenvolver uma vida saudável,
apostar no futuro escolar e profissional, procurar um relacionamento aberto e
gostoso com amigos e namorada (o), ter um bom desempenho esportivo, curtir
música e seus hobbies favoritos, ser fiel a seus valores. Enfim, estar seguro
de que é possível buscar desafios e obter prazer sem precisar recorrer à
distorção da realidade por meio de substâncias que tornam o prazer artificial e
passageiro.
Nem sempre é fácil conviver com
amigos que estão usando drogas sem se sentir excluído. Há situações em que pode
ser necessário se afastar para preservar a identidade, buscando outras pessoas
com as quais se possa ser mais autêntico em relação às próprias decisões. Mas,
se esta amizade é muito importante, pode-se pensar em inverter os papéis e
tentar dar testemunho de que é possível ser alegre, criativo e sociável sem
usar drogas.
Muitas vezes pode ser útil planejar como agir em determinadas
ocasiões, treinando mesmo, o que dizer e como agir quando a pressão se fizer
presente.
Os usuários de drogas quando começam
a se tornar dependentes perdem o interesse por outros assuntos, atividades ou
amigos que não envolvam o consumo de substâncias.
Neste caso, é necessário
avaliar se vale a pena manter este relacionamento. As experiências mostram que
críticas excessivas e sermões não são eficientes para que uma pessoa mude seus
hábitos em relação às drogas. Se a intenção é ajudar os amigos a reverem seu
comportamento, pode ser necessário recorrer a um adulto próximo ou a um
especialista que possa dar uma orientação quanto ao que fazer.
Acima de tudo, é
importante perceber que ser amigo não significa fazer tudo da mesma maneira e
que é preciso apegar-se às próprias crenças, envolver-se em atividades sociais
prazerosas e ter autoconfiança e força de vontade para resistir ao assédio
daqueles que pretende nos levar a assumir comportamentos que colocarão em risco
nossa vida pessoal, familiar e social.