Certa vez, o Senhor Jesus disse
aos seus discípulos:
“E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois
gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos
pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu,
quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está
em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6:5-6).
A partir daquilo que está escrito na Bíblia, podemos ver que, quando os
fariseus oravam, muitas vezes eles gostavam de escolher um lugar lotado de
pessoas. Eles gostavam de orar em sinagogas ou cruzamentos, onde frequentemente
recitavam as Escrituras e faziam um espetáculo de suas longas orações. Era tudo
para que os outros vissem, para que as pessoas os vissem como os mais devotos,
os mais piedosos e, assim, ganhassem a admiração dos outros, para que os outros
os admirassem.
Esse tipo de oração nada mais é do que se colocar no alto e se
exibir; é tentar enganar a Deus. É por isso que o Senhor Jesus disse que eles
eram hipócritas e que suas orações eram hipócritas – eles eram repugnantes para
o Senhor. Se pensarmos bem, muitas vezes, quando oramos, nós também abrigamos
motivos incorretos. Por exemplo, quando oramos em reuniões, nós não falamos a
Deus sobre nossas dificuldades reais ou nossa corrupção, não falamos a Ele de
coração, nem pedimos que ele nos guie e oriente. Em vez disso, usamos palavras
rebuscadas e damos louvores vazios, ou recitamos capítulos da Bíblia ou falamos
interminavelmente sobre as Escrituras.
Acreditamos que aqueles que decoraram
mais passagens e sabem falar de maneira mais eloquente fazem orações melhores.
Acreditamos também que, quanto mais frequentes forem nossas vigílias matinais e
orações noturnas e se orarmos antes das refeições e agradecermos pela graça de
Deus depois de comermos e quanto mais tempo gastarmos nessas coisas, mais
espirituais e devotos nos tornaremos. Acreditamos que orar dessa forma está
perfeitamente alinhado com a vontade de Deus. Na verdade, quanto oramos dessa
forma, não compartilhamos nosso coração com o Senhor e não O adoramos verdadeiramente.
Em vez disso, nós nos agarramos aos nossos próprios motivos e objetivos e
usamos nossas orações para mostrar aos outros como é grande a nossa busca, para
nos exibir.
Orar dessa forma é orar mecanicamente, é agir sem se envolver e é
apenas orar como rito religioso. Significa ser superficial com Deus e tentar
enganá-Lo; isso O enoja. O Senhor Jesus disse: “Deus é Espírito, e é necessário
que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24).
Deus é o
Senhor da criação, assim, quando seres criados oram diante do Criador, devemos
ter um coração de reverência e adorá-Lo com sinceridade, aceitar Seu exame e
dizer a Deus o que está em nosso coração, o que é real. Apenas esse tipo de
oração alegra Deus.