Antigos filósofos estoicos argumentaram que a felicidade poderia ser encontrado na luta contra a tendência emergente da sociedade em direção à suavidade e decadência, e no cultivo deliberado da robustez e da virtude.
Por exemplo:
Um pai subiu na escada para fazer alguns reparos enquanto seu filho pequeno, para ajudar, ficou "segurando" a escada e com o pé firme no chão para impedir que a escada escorregasse.
Com a descida, parte da escada quebra e pai diz para o filho se afastar para evitar cair sobre ele, mas o menino se recusa a sair e fica para garantir que o pai consiga chegar a salvo ao chão. "Eu vou ficar aqui com você até o fim."
No momento de incerteza e perigo, um homem permanece, ele não vai embora para um local seguro. Sempre foi desta forma. E testamos uns aos outros em momentos difíceis dizendo "pode ir", apenas para conferirmos qual reação ele terá. Se ele ficar, poderemos confiar nele em crises futuras. Se ele partir, nunca mais iremos confiar nele.
Ser homem é ir contra os desejos naturais por facilidade e segurança, pois tendemos a sempre seguir o caminho de menor resistência, buscamos aquilo que é mais fácil ser feito. Como a masculinidade é uma escolha ativa, e essencialmente uma escolha pelo caminho difícil que nos tira do conforto, muitos acabam renegando-a, sem perceber que investir esforço torna a atividade mais valiosa (Self-Control in Sports; Chris Englert). A masculinidade é justamente um caminho para a felicidade masculina pela dificuldade de alcançá-la.
Nos tempos antigos quando a vida era essencialmente mais dura e difícil, todos dependiam de todos os homens, que precisavam cumprir seus imperativos, e isso moldava nosso caráter, nossa forma de ver o mundo e como nos relacionávamos.
Assim que atingiam a idade certa os meninos passagem por rituais de maioridade, abandonando a infância e adentrando na vida adulta, assumindo todas as responsabilidades devidas. E esses rituais criavam laços fraternos profundos, tão intensos quanto laços sanguíneos, pois uniam os participantes por utilizar os próprios opióides corporais (Blocking mu-opioid receptors inhibits social bonding in rituals; S. J. Charles). De forma que a identidade um homem estava tão ligada à sua tribo que perder seu status era emocionalmente incapacitante - um golpe em seu orgulho a ser evitado a todo custo, e isso motivava os homens a carregarem seu próprio peso, nunca aceitando tornarem-se um fardo para os outros.
É interessante vermos que apesar das condições difíceis, os homens não estavam preocupados em "encontra a felicidade", ou "encontrar um propósito". Talvez se você perguntasse a um destes homens qual o propósito da vida, ele ficasse sem saber o que responder, pois a própria vida era o propósito me si, ele já sabia tudo aquilo que deveria fazer e estava realizado com isso. Os estudos demonstram que a busca explícita por um "propósito de vida" remonta a apenas 200 anos atrás (Meaning and Evolution: Why Nature Selected Human Minds to Use Meaning; Roy F. Baumeister) coincidentemente, com as facilidades da vida começamos a perder o propósito de viver e começamos a tentar encontrá-lo externamente.
Não obstante, pessoas em locais que experimentam circunstâncias mais desafiadoras relatam níveis mais altos de otimismo disposicional (International optimism: Correlates and consequences of dispositional optimism across 61 countries; Erica Baranski). Enfrentar adversidades está totalmente ligado com a felicidade, e é a masculinidade que nos impulsiona para esse enfrentamento.
Porém à medida que o perigo diminuía e a vida começava a ser menos dura, a necessidade de cada homem dar tudo de si tornou-se menos aguda, e aumentou a liberdade dos homens em escolher ou não viver o código da masculinidade, o que começou a nos confundir e tirar a ânsia de viver.