Na filosofia, Dostoiévski disse
que existe no homem um vazio do tamanho de Deus.
Na arte cinematográfica, no filme
Hellboy 2 tem um trecho que relata que no início dos tempos, homens, bestas e
todos os seres mágicos viviam juntos como aliados. O sonho do pai. Mas o homem
foi criado com um buraco em seu coração. Um buraco onde nem toda posse, poder
ou conhecimento poderia preencher. E em sua infinita ganância, o homem se
dedicou a expandir seu domínio. Sobre todo o planeta. O sangue de vários Elfos,
Ogros e Goblins foram derramados pelas lanças do homem. E o rei Balor, o único
rei de Elfland assistiu à carnificina com tristeza e desespero..."
No ponto de vista neurológico,
poderíamos facilmente argumentar que esse "vazio" seria um mero desequilíbrio
químico. Ou quem sabe, alguns distúrbios psico-biológicos tipo Depressão,
ansiedade, e outras aflições mentais que afrontam o funcionamento do cérebro, e
que, por consequência, criam esse senso de desespero e incompletude.
Na maioria dos casos em que esta
aflição existencial se estende para além de um diagnóstico clínico, cabe a
qualquer um indivíduo perfeitamente saudável, contemplar e se perguntar: como
numa vastidão do universo e na finitude de sua própria existência, ainda não
foi dominado esse sentimento tão desconcertante?
Eu proponho que, nesta instância,
a fonte do vazio reside em uma contradição fundamental da mente humana: Somos realmente
criaturas conscientes, imbuídas da capacidade racional sobre o mundo e ciente
da nossa real posição dentro dele ou noutra autorreflexão, uma criação divina
que ao passo que nos possibilita realizar feitos incríveis de engenho e
criatividade, evoluir espiritualmente?
Sem uma deidade superior, sem um
construtor de "destino" ou sem "propósito universal" o tudo
se revela como fundamentalmente indiferente. Já com Deus, é a nós, portanto, que
Ele designa a tarefa nada desejável de construirmos o nosso próprio significado
em uma existência que, essencialmente, necessita dele.
É neste encontro, entre nosso
desejo por uma vida repleta de sentido e a realidade objetiva de um porto
seguro pra racionalidade, que o vazio encontra sua origem. Aqueles que sucumbem
a racionalidade, frequentemente procuram refúgio em sistemas científicos que os
seduzem ao ateísmo cientifico, ao contrário dos que se rendem à fé. E como um
homem de fé que sou, jamais conseguiria adotar tais paliativos. E como se lida com
um ser humano que não reconhece em Deus esse vazio?
Respondo especificadamente com Prov.
23 que diz assim: ... “Não
fales aos ouvidos do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras...”
“... Porque, como imagina no seu coração, assim
ele é. Vem e bebe; te diz ele, porém o seu coração não está contigo. Vomitarias o bocado que comeste, e perderias
as tuas suaves palavras.”
Recomendo que em vez de lamentar
nossa significância no grande esquema das coisas do mundo - o que não é ruim -,
devemos abraçar o desafio da autodeterminação em estar na presença do Criador
no Reino dos céus... E acerca do “vazio” dentro de nós?
Pessoalmente, eu creio na bíblia –
que é um manual de fé cristã – como livro da verdade. Penso que por ser um
livro completo e perfeito, o E. Santo é o único capaz de preencher o vazio
interior do ser humano. Além do mais, o Cristão que tem a mente ativada sabe
que Deus é Espírito, e Espírito não ocupa espaço, então o vazio é de fome pela
Palavra. Pois os que supostamente “creem” em Deus, desconhecem de fato de que Ele
é o único que pode saciar sua sede e dar água viva.
Já dentre todos os seres criados por Ele, que possui consciência de sua
existência, e sabem que é um ser inserido no mundo, mas não pro mundo, tem
consciência de sua potencialidade, finitude e imperfectibilidade.
Enfim, se olharmos e conversarmos
intimamente com Deus, gentilmente descobriremos que os seus motivo e propósitos
é para podermos preencher o nosso interior com o seu grande amor por nós
(Jesus). Mas tudo começa com a autoaceitação, reconhecimento dos próprios erros
e com o querer mudar, transformar e melhorar sempre…
Com Jesus, o vazio existencial –
que é decorrente da condição natural do homem – deixa de existir, pois Ele faz-nos
refletir sobre a nossa condição de ser no mundo. E quanto mais procuramos nele realizar-nos,
principalmente pela utilização da razão na busca de bens materiais e científicos,
tudo vira efêmero.
E Ainda que as ciências como a
filosofia, a psicologia e a teologia, possam amenizar esse fundo sem fundo de
um ser existencial, jamais nos saciarão na plenitude como um ser espiritual,
porque o homem é um ser inconclusivo que não precisa
de um psicólogo, nem de um filósofo ou teólogo para entender esse vazio. Como também Não nos
devemos rebaixar ainda mais por algo que ainda não controlamos ou que ainda não
compreendemos – que é Deus.