30/09/2016

CEGUEIRA ESPIRITUAL


Existe uma estreita relação entre o silêncio e a inquietude na vida. É que ambos nos fazem conhecer o nosso interior. Como não encontro nenhum questionamento pessoal acerca disso, assumo que o meu silêncio é o efeito do meu equilíbrio, pois de que adianta dar importância ao que não deve e querer o que não se sabe o que fazer com ele?


 Erramos quando somos conduzidos pela precipitação e desejo desenfreado em seguir os próprios interesses. Quando desprezamos os ensinamentos, a sabedoria, as ordens e o próximo. Devemos então ter em mente que o  sentimento de quem despreza está ligado à perda de um complemento de sua existência que é a solidariedade.

Solidariedade é a expressão de Deus em nossas vidas, com ela damos continuidade do ministério de Jesus. Nele vivemos interligados. Com Ele nos importamos uns com os outros. Através dele compatibilizamos o preceito bíblico que diz: “Ame o próximo como a ti mesmo”. Mesmo que dentro de uma sociedade competitiva onde cada um procura sempre estar acima dos demais. Deus nos admoestou a não nos contaminar com os povos que perverteriam o coração do povo escolhido... (Dt 7:3-4).

Sem solidariedade, as pessoas se tornam hipócritas e a falsa postura de alguns, fazem a fé cristã ser mal representada na Terra. Digo isso porque a cada dia que passa me entristeço ao ver o desprezo desses que seguem a “Jesus” e desprezam a bíblia, a Sua obra...  Infelizmente a maioria deles também ignoram a narrativa da Parábola do Bom Samaritano quando abandonam o seu próximo.

Esta parábola  foi contada por Jesus a fim de ilustrar que a compaixão deveria ser aplicada a todas as pessoas indistintamente... Num contexto mais amplo, Jesus quer que consideremos e não desprezemos aqueles que não vivem a nossa cultura, tradição e fé.
Infelizmente o pior desafio ainda é vencer todos os obstáculos: morais, desejos materiais e vencer quem pode nos afastar do Evangelho com certas ideias próprias: nós mesmos.  Inclusive, nesses últimos tempos o meu silêncio está fazendo mais estrago do que o barulho das minhas palavras com os outros.

Também me calei com algumas pessoas - não me ausentei delas – apenas fugi dos seus maus juízos limitados e contraditórios. Inclusive partes delas que convivi, não entenderam o que efetivamente se passa comigo nas coisas de Deus.

Notadamente poucas entendem e mostram estar capacitadas a entender o que realmente é bom para si, devido à condição de vida que leva diariamente, ou seja, estão cheios de fofocas, falsidade, crítica, ambições, hipocrisias... Algo que sempre tentam justificar....
N meu caso até onde Deus permite, engulo a ignorância deles, (risos), embora eu reconheça que as ideias que apresento possam estar levando eles a olharem mais os defeitos dos outros do que os seus próprios, também reconheço outro vício terrível que é expor alegremente a eles, os sonhos e projetos de Deus pra mim. Tolamente contei os projetos de Deus considerando a razão intelectual de pessoas que mal saiam da zona de conforto... Que grande equívoco da minha parte!

Também reconheço que errei com a minha tagarelice em ter gerado expectativa neles, por isso convivo com um dos piores sentimentos que existem no homem: a hipocrisia - defeito de quem quer fingir-se de cego para os seus próprios erros, mas não para os erros do outros.

Na realidade, para ser um pouco rude comigo mesmo, digo que NINGUÉM entendeu o que sinto. Porém, dentro do pouco que entendo de Deus, Ele é bom em acalantar, suprir todas as necessidades dos seus... E pelo que aprendi na Sua Palavra, Ele nunca se afasta de quem pensa diferente, ainda que pedagogicamente Ele “silencie”, a Sua amorosa presença nos protege. Portanto, a maioria das pessoas que vivem acomodadas na fé não entende a verdade porque simplesmente não a conhecem e se conhecem não a experimentam e, se experimentam se ensoberbecem e assim, não conseguem avaliar as coisas de Deus, ainda que acreditem que sim. Digo por que eu também pensava que sabia.

Disse pensava, pois hoje quando descrevo o evangelho efetivamente a alguém, dependendo de como elas ouvem, falo com cautela nada mais do que necessário... Não falo pérolas de reflexão, pois não espero que venham a não se aprofundar em entender e praticar... Calo-me com ela! E o silêncio de minhas verdades ainda que discorde de tudo que elas demonstram, vive e guardo dentro de mim...

Sei quão longa é a minha caminhada! Para eu entender a importância do Evangelho foi preciso experimentar o seu “amargo sabor”.  Atualmente vivo o silêncio, o único que pode expressar o meu grito de solidão, mas, a frase que mais desejo seguir é: “Quando falar procure que suas palavras sejam melhores que o seu silêncio”.

Aliás, é nessa área de relacionamento que vejo a ousadia tomando conta. Quantas vezes eu vi e ouvi gente que não esperaram em Deus e perderam a promessa, e acabaram frustradas por precipitações. Pessoas que querem condenar alguém. Quantos frustrados por atos de precipitação.

Pessoas que nos fazem travar uma verdadeira batalha com o domínio de nossas palavras, que nos fazem analisar nossos valores e o que nos permitimos realizar com as nossas emoções.

A conclusão de tudo isso é que o nosso passado de pecado além de ser pessoal, ele está vivo em nossas mentes. E é ele que nos impede de escarnecer... Tocar nele só se for pra trazer paz e felicidade.

Ainda assim consigo ver o cristão verdadeiro como um peregrino neste mundo. De quem que tem a vida cheia de desafios a vencer. De alguém que busca seu crescimento espiritual se compadecendo do próximo.

Deus deu a Salomão a Sabedoria que havia pedido e a “condicional da Benção” era: “Se andares nos meus caminhos e guardares os meus mandamentos também prolongarei seus dias (I Rs 3:14). Não tenho a menor duvida de que a vida é feita de causa e efeito. Portanto, Cada um recebe de acordo com o que dá ao próximo. Se você der ódios e indiferenças, vai recebê-los de volta. Mas se der atenção e carinho, vai ser cercado de afeto e amor. Nunca despreze! Desprezar não é de Deus! Seja um peregrino na terra. Amém!


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tom caet