Nunca acreditei que eu fosse uma pessoa com suficiente autoestima e que conhecesse a mim mesmo... Isso é pura manifestação do egocentrismo. Mas sempre vejo as pessoas dizendo: "Meu santo não bateu com tal pessoa" ou detesto aquele "jeitinho irritante" de fulano tal. Na verdade, quem quer aceitar a si próprio e reconhecer seus erros?
Acontece que quando dizemos que detestamos alguém, ou simplesmente nos sentimos incomodados com o outro, faltou-nos buscar em sí próprio a causa desses sentimentos. Pergunte-se: "De qual defeito ainda não me livrei, que me leva a detestar essa pessoa?". "Por que me sinto tão ofendido com a atitude dela?"
A minha desculpa antes era que se Jesus viesse hoje e dissesse que serão salvos aqueles que não são falsos, não salvaria nenhum ser humano...
Mas a experiência me mostrou que pensar assim não me levaria a lugar algum, só me faria mais mal ainda, simplesmente, porque seria falso como certas pessoas são comigo (já foram muitas), quando enxergo diferente, mas não me afasto dela.
Na medida em que nos tornamos mais íntimo de Deus, Ele nos ensina a observar o nosso comportamento e principalmente das pessoas e nos afastar. Eu mesmo, depois de muitos anos convivendo com pessoas falsas, me toquei que já estava com um coração contaminado de amargura e tinha me virado uma pessoa chata, cheia mágoas de tudo e de todos. Bastava me fazer qualquer coisa para que eu simplesmente guardasse mágoa e desejasse ver aquela pessoa pelas costas – isso é falsidade. A falsidade e a mentira são as armas dos covardes, dos fracos de personalidade e incompetentes por inaptidão natural e cultural.
Por isso a falsidade é um dos piores lados do ser humano. Sendo falsos, nos comportamos como alguém que chega com carinha de anjo paciente, amigo, atencioso, mas por trás se esconde um monstro. Sendo pessoas falsas esquecemos que às vezes ficamos indignados com as atitudes dos outros, só que não nos olhamos no espelho... De certo que em dados momentos diria a cada um que fizesse o que quiser de sua vida, mas que visse a beleza interior das pessoas com devido respeito, sua educação e generosidade... Não é uma tarefa tão fácil!
A saber, sempre tem uma pessoa que faz parte das nossas vidas que na maioria das vezes acreditamos que ela era confiável e que jamais mentiria ou nos enganaria... E quando ela derruba a imagem do perfil que fazíamos em nossa mente sobre ela, vem à decepção, raiva e sentimo-nos uns tolos. Sentimo-nos assim porque motivávamos a ilusão delicada de que se não fingirmos com ninguém, ele também não fará o mesmo.
Já em relação aos defeitos delas, que comecemos seguindo a linha de pensamento de que não temos controle sobre os outros. Devendo, portanto, a gente evitar confrontar e saber conviver com elas se for a trabalho, em família..., pois estamos rodeados de pessoas que tem personalidades e caráter diferentes uns dos outros. Então aprendamos a lidar com essas pessoas - o que vai requerer de você um exercício de tolerância enorme. E fique de olho em quem te elogia demais espere, pois suas máscaras são imperfeitas e cairão. Tratemos, portanto de encarar essa realidade. Ainda que essa verdade nos machuque. E a qualquer sinal ou sentimento estranho de determinada pessoa na sua vida, não pense duas vezes, passe a atentar aos gestos e comportamentos dela. Pois há muitos falsos com a gente que fazem de tudo para nos agradar, entretanto, o preço que você pode pagar depois com eles, podem ser muito doloridos. Infelizmente, sempre haverá aqueles que gostam de ver você sempre por baixo, que não gosta de você e querem sujar a sua imagem inventando histórias ou distorcendo suas palavras.
E tome muito cuidado com demonstrações exageradas de boa vontade, disponibilidade e subserviência de algumas pessoas! Pois tenho certeza que muitos de vocês, já passaram por esse tipo de situação também. Quer um parecer?
Algumas pesquisas recentes, publicadas na Society for Science and the Public, mostram que pessoas excessivamente educadas e lisonjeiras têm uma tendência maior a trair seus colegas. Para chegar a essas conclusões, cientistas pediram que voluntários jogassem ‘Diplomacia’, um jogo de estratégia no qual os participantes atuam como países antes da Primeira Guerra Mundial. O jogo não é baseado em dados, mas jogadores precisam fazer alianças e formar estratégias para prosseguir. Uma boa estratégia é fingir que está do lado de alguém e depois dar um golpe pelas costas da pessoa, no melhor estilo Game of Thrones. E Qual foi a conclusão afinal?
Pois bem, os pesquisadores escolheram o jogo para entender como os traidores se comportam – e identificar sinais de possíveis traições. De acordo com suas observações o maior sinal foi que os “falsianes” são extremamente lisonjeiros. Eles têm uma tendência maior a trair os companheiros do que pessoas que falavam de forma mais grosseira. (Via Science of Us).
Por outro lado, sugiro que nunca desça ao nível deles! A melhor coisa que tem a fazer é se afastar assim como o diabo foge da cruz (só uma ideia) ou que ignore, mas mude de opinião sobre quem você não suporta. É difícil, sem dúvida. Mas talvez a tal criatura não seja assim tão intragável quanto você imagina. Observe e procure ver o que ela tem de bondade... Pois a melhor e mais deliciosa sensação da presença do Cristo, é sem deixar o insuportável falso perceber, suporta-lo a ponto de ele desejar ficar ao nosso lado todo o tempo... Experimente! E depois autoanalise o que sentirá...
Finalizo afirmando que a base do relacionamento cristão é o amor- o amor ágape, do Evangelho de Jesus. Ame mais, e ame-se mais, mas é preciso que entenda sem aderir com cada um do jeito que é. E Lembre-se do ditado que diz que “quando a esmola é demais o santo desconfia”!