Sempre criamos uma expectativa pessoal muito alta sobre nós mesmos e
ainda somos bastante intolerantes às nossas fraquezas, o que nos faz
erroneamente crer que os outros não vão gostar da gente como somos. É verdade
que algumas questões são pesadas e nos afetam. Não se importar com nada ou
transformar tudo em algo pesado e uma imensa tortura... Dai Buscamos aceitar o
melhor nos outros do que em nós, e agimos de forma carinhosa, positiva,
instrutiva considerando ser isso uma ótima opção para minar o tão nefasto
hábito de achar demais e colocar tudo a perder.
Também é comum carregarmos um medo sutil de tudo que parece bom. Mas
quantas vezes nós matamos até mesmo nossas melhores qualidades, fixados no que
há de imperfeito em nós sendo sinceros?
É bom lembrar que a sinceridade é uma característica de uma pessoa
autêntica, um traço do caráter, uma virtude e aparece em quem tem um
comportamento correto e leal. A
sinceridade é altruísta.
Só que pra ser sincero não é ser deselegante
e muito menos magoar as pessoas com as opiniões, seja moral ou psicológica. Essa prática
do “sincericídio” - um neologismo que resulta da junção das palavras
sinceridade e suicídio, é um o ato de quem acreditava ser sincero, honesto,
quando na verdade a verdade está sendo insensível e irresponsável ao comunicar
verbalmente determinadas informações para outro, produzindo uma ferida
emocional significativa.
O sincericida é hábil em produzir mágoas e machucados profundos... O grande perigo
é que muitas vezes ele parece estar envolto por boas intenções. Como diz o velho ditado O homem morre
não pelo que entra pela boca, mas pelo que sai dela, entretanto, quando uma
pessoa fala o que pensa em momentos inadequados, se torna grosseira.
O escritor, filósofo e político
brasileiro Marquês de Maricá nos alertou sobre sinceridade assim: A sinceridade
imprudente é uma espécie de nudez que nos torna indecentes e desprezíveis.
Alguns especialistas declaram que
o sincericídio, pode estar nas atribuições dos pais, que destroem a autoestima
dos seus filhos por minúcias; nas funções dos professores, que são capazes de
causar rebaixamento dos seus alunos, que têm défices cognitivos; na relação dos
maridos, que censuraram os descuidos das esposas e nos papeis dos líderes em
geral, que desmotivam a todos por tolices.
Podemos ilustrar alguns exemplos
de comentários mordazes sobre aparência das pessoas: “Que cheiro ruim, terminou
o perfume na farmácia.” “Você se veste muito mal.” Você esta magro, falta
comida na sua casa... “Você deve cuidar dos seus cabelos”. Enfim, falou e o
mal-estar acontece...
O que chama a atenção no sincericídio
é que os sincericidas, de forma quase inconsciente, confundem a sinceridade,
que é altruísta e extremosa com o lado descortês que ao se expressar intencionalmente
produz constrangimentos, ressentimentos e estranhamentos entre as pessoas.
Portanto, qualquer que seja o
sentido da palavra sincericídio, saiba que quem alega ser sincera, ao extremo acaba
sendo ligada a uma falta de discernimento e de bom senso e é mal vista como uma
pessoa que invade a individualidade alheia, repetidamente pela inexistência de
filtros racionais na escolha das suas palavras. E por fim, lembre-se: as pessoas
só mudam se quiserem mudar.
Não serão as minhas palavras que
farão com que as pessoas adotem uma nova atitude, e nem pretendo me esconder no falso lema: "prefiro falar
na cara do que pelas costas", isso é uma odiosidade!
Digo por experiência, que é maravilhoso ser solicitado a aconselhar, mas é bom que comece guardando suas
opiniões para si quando não forem solicitadas, se abstenha e não se
meta em problemas que não são seus, e seja mais educado, amáveis e respeitosos com tudo que e com
todos que pensam diferentes de você. Nada de máscaras ou representações. O céu
não é dos SINCEROS. E sim dos mansos... E pronto.